Apesar de não haver nenhum registro de infecção do zika vírus em Cataguases, a preocupação é constante pois já existem casos de microcefalia na Zona da Mata Mineira. Esta confirmação veio através de coletiva realizada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) no último dia 03 de dezembro.
Ao todo, já são 11 casos notificados de microcefalia em Minas Gerais, sendo um em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, outros 6 na Região Metropolitana de Belo Horizonte: Contagem (2), Congonhas (1) e Belo Horizonte (3). Na região Norte, já tem registro de dois casos em Montes Claros. Em Curvelo, região central, também já foi registrado 1 caso e na Zona da Mata, o Município de Ponte Nova registrou um caso. Todos estes casos estão em investigação.
“Até o momento nós não temos identificação de um surto de microcefalia em Minas Gerais e os casos registrados em 2015 estão dentro da normalidade esperada para o ano. O diagnóstico laboratorial da microcefalia não é realizado exclusivamente para o Zika vírus. Existe um painel de doenças que estão sendo pesquisadas neste momento, como toxoplasmose, rubéola, sífilis, entre outras”, afirma o Superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Rodrigo Said.
Para o monitoramento da entrada do Zika vírus em Minas Gerais e em consequência aos casos de microcefalia ocorridos nos estados do Nordeste, a SES-MG está cumprindo os protocolos do Ministério da Saúde e reativando a vigilância sentinela, que são equipes das unidades de saúde tecnicamente treinadas para identificar os sintomas agora ligados ao Zika vírus e encaminhar para a análise.
As unidades estão distribuídas estrategicamente nos municípios de Uberaba, Belo Horizonte, Montes Claros, Teófilo Otoni, Juiz de Fora e Pouso Alegre. Além de Minas Gerais não ter confirmado casos de microcefalia associados ao Zika vírus, não há, até o momento, circulação do vírus no estado.
Após a notificação, inicia-se um processo de investigação, conforme o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. A primeira etapa desse protocolo é um questionário de investigação da gestante. De acordo com as informações coletadas, é atribuído se essa gestante encontrava-se em situação de risco, ou seja, se ela estava em alguma área de transmissão do Zika vírus, ou se ela apresenta algum dos outros fatores associados à microcefalia, como o uso de substâncias químicas ou processos infecciosos, causados por bactérias ou vírus.
Zika Vírus e microcefalia
As doenças Dengue, Chikungunya e Zika vírus são transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. Portanto, combater o mosquito é a forma de evitar as três doenças. A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens durante a gestação, como exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos, desnutrição grave, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação. Dependendo do grau da doença, a criança pode apresentar deficiência mental, problemas de visão, auditivos, convulsões e dificuldades de locomoção.
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
Cuidados durante a gestação
Durante a gestação é necessário proteger-se das picadas de insetos. É importante que a gestante evite horários e lugares com presença de mosquitos; sempre que possível utilize roupas que protejam partes expostas do corpo; permaneça, principalmente, no período entre o anoitecer e o amanhecer, em locais com barreiras para entrada de insetos como: telas de proteção, mosquiteiros, ar-condicionado ou outras disponíveis; consulte o médico sobre o uso de repelentes e verifique atentamente no rótulo a concentração do repelente e definição da frequência do uso para gestantes. Se houver qualquer alteração no estado de saúde da gestante, principalmente no período até o quarto mês de gestação, ou na persistência de doença pré-existente nessa fase, o fato deve ser comunicado aos profissionais de saúde (médicos obstetras, médico ultrassonografista e demais componentes da equipe de saúde) para que tomem as devidas providências para acompanhamento da gestação.
Nova campanha
"10 Minutos Contra a Dengue" é a nova campanha criada pela SES-MG para mobilizar a população no controle e enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. A campanha de mobilização, controle e enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zica Vírus será trabalhada neste ano e no próximo, e tem como propósito fazer com que as pessoas separem apenas 10 minutos de sua semana para limpar os locais em suas casas onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz. Além da campanha, a SES-MG está investindo R$ 36.602.955 milhões em ações de vigilância e controle de endemias transmitidas por vetores. O recurso será dividido para todos os 853 municípios mineiros.
A proposta da campanha foi idealizada com base no conhecimento científico dos pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O projeto é inspirado em uma estratégia de controle do Aedes aegypti adotada em Cingapura, que foi capaz de interromper o pico de epidemia no país com ações semanais da população dentro de suas residências, de apenas 10 minutos, para limpeza dos principais criadouros do vetor.
Faça a verificação abaixo para deixar sua residência livre do Aedes aegypti:
- Verifique se as caixas d'água estão tampadas;
- Verifique se as calhas não estão entupidas e com acumulo de água;
- Tampar galões, tonéis, poços, latões e tambores;
- Cobrir e secar pneus que não estão sendo utilizados;
- Limpar e incluir telas nos ralos;
- Limpar e secar as bandejas de ar-condicionado;
- Limpar e secar as bandejas de geladeira;
- Vasos de plantas sem pratinhos;
- Não acumular água em bromélias e outras plantas;
- Fechar vasos sanitários que não são usados constantemente;
- Virar os baldes com a boca para baixo;
- Esticar lonas de coberturas para não formar poças;
- Sempre tratar a água de piscinas e fontes;
- Verificar se não existe poças d'águas em lages.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
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