Sem recursos para transporte aéreo médico, marido organiza travessia terrestre de 6.800 km que deve durar 50 dias e passar por México, América Central e América do Sul
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| Foto: Ubiratan Rodrigues/Arquivo Pessoal (Reprodução G1 Zona da Mata). |
Uma decisão complexa foi tomada pela família de uma brasileira que se encontra em quadro grave de saúde nos Estados Unidos. Sem conseguir arrecadar os recursos necessários para um voo em UTI aérea, o caminho de volta ao Brasil será feito por via terrestre, em um motorhome adaptado para cuidados médicos.
Fabíola da Costa, 32 anos, natural de Juiz de Fora, sofreu um episódio súbito de saúde em setembro de 2024, enquanto vivia em Orlando. O incidente resultou em três paradas cardiorrespiratórias e uma lesão pulmonar durante os procedimentos de reanimação. A privação de oxigênio cerebral causou danos permanentes, deixando-a em estado vegetativo.
O marido, Ubiratan Rodrigues da Nova, 41, que trabalhava como caminhoneiro, precisou deixar o emprego para cuidar integralmente da esposa e dos três filhos do casal, de 4, 13 e 16 anos. A família se mudou para os Estados Unidos em 2019, em busca de melhores oportunidades.
Após sete meses hospitalizada, sem que os médicos chegassem a um diagnóstico definitivo sobre a causa do problema, Fabíola recebeu alta em abril deste ano. A residência da família foi adaptada com equipamentos para os cuidados necessários.
O retorno planejado envolve uma jornada de aproximadamente 6.800 quilômetros, prevista para durar cerca de 50 dias. O trajeto deve partir de Orlando e atravessar dez países: México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador e Peru, até chegar ao território brasileiro.
A alternativa terrestre surgiu após a família não conseguir viabilizar o transporte aéreo médico, cujos valores variam entre 50 mil e 200 mil dólares. Uma campanha de arrecadação foi iniciada na plataforma Go Fund Me, mas os recursos obtidos foram utilizados para despesas básicas da família durante o período em que Ubiratan ficou sem trabalhar.
A intenção é estabelecer-se novamente em Juiz de Fora, onde a família viveu antes da mudança para os Estados Unidos. Lá, planejam contar com o apoio de parentes e buscar atendimento pelo Sistema Único de Saúde, incluindo sessões de fisioterapia e fonoaudiologia — tratamentos que não estão cobertos pelo plano de saúde nos Estados Unidos.
O plano de saúde americano arcou com os custos da internação hospitalar e forneceu os equipamentos para os cuidados domiciliares, mas não inclui terapias de reabilitação. Atualmente, a família sobrevive com ajuda de amigos e grupos religiosos locais.
Fabíola não possuía histórico de doenças prévias e levava uma vida considerada saudável antes do incidente. Ela trabalhava como manicure em Orlando. O filho mais velho do casal testemunhou o momento crítico e acionou os serviços de emergência enquanto o pai estava em viagem de trabalho.
A viagem em motorhome representa um desafio logístico significativo, considerando as necessidades de cuidados constantes e a travessia de múltiplas fronteiras com diferentes exigências documentais e sanitárias. A família aguarda a finalização dos preparativos para iniciar o deslocamento.
O caso ilustra as dificuldades enfrentadas por brasileiros no exterior diante de emergências médicas graves, especialmente quando os custos dos tratamentos e transportes ultrapassam a capacidade financeira das famílias.
Por Mídia Mineira com informações do
G1 Zona da Mata..
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