Em novo comunicado do Corpo Clínico, profissionais dão prazo até sexta (19) para a gestão hospitalar, que nega ter recebido o aviso
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O corpo clínico do Hospital de Cataguases divulgou nesta terça-feira (16) um comunicado oficial alertando para uma possível paralisação dos atendimentos a partir de sexta-feira (19), caso os pagamentos em atraso não sejam regularizados. Os médicos das especialidades de clínica geral, ortopedia, pediatria, obstetrícia e cirurgia geral relatam estar há mais de dois meses sem receber os honorários pelos plantões realizados.
Apesar de recorrente, a situação não é notícia velha. O documento, enviado à administração do hospital e tornado público, demonstra o agravamento do problema na instituição. Os profissionais destacam que sempre cumpriram suas obrigações com ética e responsabilidade, oferecendo assistência de qualidade aos pacientes, mas defendem o direito à remuneração pelos serviços prestados.
Segundo informações obtidas pelo site Mídia Mineira, a administração do Hospital de Cataguases afirmou desconhecer oficialmente o comunicado, alegando não ter sido informada por nenhum meio de comunicação formal. A instituição também não confirmou o valor total da dívida com os médicos.
Um médico confirmou para nossa reportagem que a notificação foi encaminhada à direção do hospital. O advogado que representa a categoria esclareceu que a decisão de emitir o comunicado partiu diretamente dos profissionais, sem passar pelo escritório jurídico.
O vereador Maguinho Nobrega, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Cataguases, manifestou-se através das redes sociais após receber o comunicado. O parlamentar informou que já está tomando providências para esclarecer a situação e enfatizou que "quem deve tem que pagar e os nossos médicos precisam receber".
Esta não é a primeira vez que o Hospital de Cataguases enfrenta problemas relacionados ao pagamento de profissionais médicos. Ao longo de 2025, a instituição já passou por diversas crises similares, incluindo uma pequena paralisação anterior e intervenções de órgãos de controle como a Defensoria Pública e o Conselho Municipal de Saúde.
O histórico de atrasos salariais tem gerado instabilidade no atendimento à população da região, que depende dos serviços oferecidos pela instituição para procedimentos de urgência e emergência. O hospital atende uma ampla área da Zona da Mata mineira.
No comunicado divulgado, os médicos reafirmam seu compromisso com a saúde e bem-estar dos pacientes, mas alertam que não podem mais trabalhar sem a devida remuneração. A categoria ressalta que a população será a maior prejudicada caso a paralisação se concretize.
A situação evidencia os desafios financeiros enfrentados por hospitais filantrópicos em todo o país, que dependem de repasses públicos e convênios para manter suas atividades. O Hospital de Cataguases, que opera como Santa Casa de Misericórdia, atende tanto pelo Sistema Único de Saúde quanto por convênios privados.
Os médicos estabeleceram o prazo até sexta-feira (19) para que a administração hospitalar quite os débitos pendentes. Caso contrário, os profissionais advertem que não haverá alternativa senão interromper os atendimentos, impactando diretamente a assistência médica oferecida à comunidade.
A crise atual se soma a outras dificuldades administrativas enfrentadas pelo hospital, incluindo uma intervenção, decretada pelo prefeito José Henriques, que já completou dezessete meses e não conseguiu solucionar todos os problemas. A situação demanda uma solução urgente para evitar o colapso dos serviços de saúde na região.
O desfecho desta situação será definido nos próximos dias, com a comunidade médica aguardando uma resposta definitiva da administração hospitalar sobre a regularização dos pagamentos em atraso. A população de Cataguases e região permanece apreensiva com a possibilidade de ficar sem atendimento médico especializado.
Por Mídia Mineira.
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