Linchamento em Juiz de Fora: Polícia Civil conclui inquérito e indicia dez pessoas

Vítima foi morta após ser acusada injustamente de estupro. 

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) finalizou a investigação sobre o linchamento de um homem de 38 anos, ocorrido em 10 de janeiro no bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora, Zona da Mata. Dez pessoas foram indiciadas pelo crime, incluindo a mãe de uma criança de 9 anos, que teria sido vítima de um suposto abuso, o noivo da mãe da criança e o sogro dela também foram indiciados. No entanto, apurações revelaram que a suspeita não se confirmou, tornando o homicídio um grave erro motivado por uma interpretação equivocada.

Entre os indiciados, seis já estão presos, sendo que três foram capturados no dia do crime e outros três na última sexta-feira (31/1). Além disso, três adolescentes também responderão por ato infracional análogo ao homicídio. A investigação também identificou quatro adultos que seguem foragidos.

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Segundo a delegada Camila Miller, os agressores se basearam em uma suspeita infundada e agiram de maneira impulsiva, resultando em uma execução brutal. "Este caso é um exemplo de como a justiça com as próprias mãos pode levar a tragédias irreparáveis. O homem foi morto injustamente, sem qualquer prova contra ele. Amanhã, qualquer pessoa pode ser alvo de uma acusação sem fundamento e sofrer consequências fatais", alertou.

O linchamento foi registrado em vídeo e compartilhado nas redes sociais. A pessoa responsável pela filmagem também foi indiciada e já denunciada pelo Ministério Público. A própria criança presenciou toda a cena, aumentando ainda mais a gravidade do caso.

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Paralelamente às investigações do homicídio, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) concluiu que não houve estupro. Depoimentos e o relato espontâneo da criança confirmaram que a confusão começou quando a menina disse ter sido "agarrada" por um homem de verde. Posteriormente, esclareceu-se que ele apenas segurou seu braço, sem intenção criminosa.

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A delegada Alessandra Azalim reforçou a necessidade de se evitar prejulgamentos e buscar a ação das autoridades diante de suspeitas de crimes. "A polícia possui meios adequados para investigar e proteger as vítimas. Se houvesse um crime, ele seria devidamente apurado e os culpados, punidos. Mas, neste caso, uma interpretação errada custou a vida de um inocente", explicou.

O caso reforça a importância do devido processo legal e do papel das instituições de justiça. A PCMG segue monitorando a localização dos quatro suspeitos ainda foragidos, enquanto os demais indiciados aguardarão os desdobramentos do processo na Justiça.

Por Mídia Mineira.

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2/03/2025 06:39:00 PM