Prédio histórico foi comprado por R$ 4,8 milhões com
entrada de R$ 400 mil em setembro de 2018 e parcelas de R$ 40 mil por mês durante
10 anos sem correção monetária.
"A Prefeitura
Municipal de Cataguases, na gestão do Prefeito Willian Lobo de Almeida,
reconhece e valoriza o poder transformador da arte e da cultura. Esta nova
aquisição, para nós, é equivalente às grandes conquistas que emocionam,
inspiram, marcam e deixam como legado a sensação de que os sonhos são possíveis
quando se trabalha com sentimento, com responsabilidade e com imenso amor às
causas da coletividade. Parabéns Cataguases!", disse o
secretário Fausto Menta em seu discurso de abertura.
Mônica Botelho
destacou que o momento extremamente importante não apenas pelo simbolismo que o
cinema representa para a cidade, mas também por tudo que tem sido realizado em
relação à retomada da produção cinematográfica no município e anunciou a
parceria da Fundação Ormeo Junqueira Botelho bem como da Energisa na
restauração do prédio. "É um coroamento de todos estes esforços, era muito triste
a gente chegar à cidade e ver o cinema fechado e acho que estamos vivendo um
momento muito especial com essa retomada deste prédio com a possibilidade de
ressignificar estes usos e ampliar o escopo das atividades aqui desenvolvidas.
Não só a fundação Ormeo Junqueira Botelho como a Energisa de antemão somos
parceiros obviamente para restauração deste prédio", afirmou.
A cultura
cataguasense ganhou um importante presente na manhã desta sexta-feira (6). Criticado
desde o final de sua primeira gestão por não ter conseguido chegar a um acordo
para compra do Edgard Cineteatro, o prefeito Willian Lobo anunciou hoje
oficialmente a compra do imóvel que passará a funcionar como importante centro
cultural para mostra de filmes e peças teatrais, além de abrigar
permanentemente um museu do modernismo no andar superior.
A cerimônia de
anuncio oficial contou com a presença do secretário municipal de Cultura,
Fausto Menta; do secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Ângelo
Oswaldo; da presidente da Fundação Ormeo Junqueira Botelho, Mônica Botelho,
representantes de diversas fundações culturais do município, cineastas,
produtores, empresários e autoridades civis.


O secretário de
Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, destacou a importância da aquisição: "Hoje é um dia
histórico. Não apenas para nossa querida cidade de Cataguases, mas para cultura
de Minas Gerais e do Brasil. Eu considero este acontecimento um fato de repercussão
internacional, já não tivéssemos em Cataguases sede do Cineport",
disse. Ele destacou a vocação do município, berço do cinema nacional, para
produções cinematográficas. "Isso consolida uma realidade que demandava a integração
do Cine Edgard como um espaço, um locus indispensável", salientou.
O secretário também ressaltou que se fosse uma fundação privada que tivesse
comprado, haveria dificuldades enormes para alocação de recursos o que não
ocorrerá com a prefeitura que poderá obter os recursos para reforma através de Leis
de Incentivo à cultura e até mesmo do BNDES pelo fato de ser público. Ele também
se colocou a disposição para ajudar neste sentido.
O secretário
destacou também a importância da aquisição para o desenvolvimento da cidade,
diante da nova realidade de geração de emprego e renda que traz o terceiro
setor: “Neste
momento de crise e dificuldades gerais dos municípios, dos estados e de nosso
país, o Sr. tem essa decisão sábia, corajosa, afirmativa, nós não podemos ficar
com a palavra ‘reclamação’ apenas, temos que cortar esta palavra no meio e
ficar com a ‘ação’ e a ação é que o leva a integrar ao patrimônio público de
Cataguases este espaço que será determinante para o desenvolvimento pleno de
Cataguases pois não há desenvolvimento social e econômico sem a dimensão cultural.
Nós temos trabalhado muito na questão cultural porque é através da cultura,
nesta nova era pós industrial, nós estamos iniciando um novo ciclo econômico no
mundo inteiro, aquelas grandes empresas de um mil, dois mil e três mil
funcionários não existem mais, tudo vai sendo simplificado, a mão de obra vai
sendo eliminada, a era tecnológica transformou completamente estas relações no
mundo do trabalho e a dificuldade da criação de empregos e postos de trabalho é
enorme mas no setor cultural, no setor de serviços, o setor da criação, o
terceiro setor, a economia criativa nós vamos encontrar essa possibilidade
tremenda”.
Ângelo Oswaldo
também falou sobre a transferência da antiga delegacia para a Prefeitura de
Cataguases, destacando que só foi possível devido um programa da secretaria de Cultura
para obter prédios da secretaria de Segurança Pública de interesse cultural que
estavam desativados e frisou que a transferência só poderia ser realizada para
prefeituras com fins culturais e jamais para entidades privadas, como aconteceu
também nos municípios de Prados e Passa Tempo. Ele também destacou a utilização
do prédio como centro de referência literária e memorial da Revista Verde que
projetou Cataguases para o mundo e falou de outra inclinação do município, a
literatura, não apenas dos fundadores da Revista Verde como Ascânio Lopes e
Rosário Fusco mas também da nova geração como Luiz Ruffato que também vem
projetando o município.
O prefeito de
Cataguases, Willian Lobo, disse que “apanhou” muito da oposição em seu primeiro
mandato por não ter conseguido concretizar a compra na época pois a família
proprietária do imóvel não havia aceitado a avaliação inicial que girava em
torno de R$ 4,6 milhões. Ele lembrou também que na última administração, a
Câmara chegou a devolver cerca de R$ 1 milhão para o Executivo com esta
finalidade mas que o gestor da época usou em outra finalidade e que agora, ao
anunciar a compra, tomou conhecimento de inverdades em redes sociais dizendo
que a prefeitura pagaria R$ 6 milhões pelo prédio. Muito emocionado, ele
lembrou da morte de um membro da família proprietária do prédio, sem que
chegasse a um entendimento. “Foi um fato que eu jamais vou tirar da minha memória
porque foi uma luta nossa naquele momento, porque eu estava defendendo o
município com um valor, ele defendendo a família com outro valor e não
conseguimos concretizar aquilo. E desde o início deste mandato eu vim
trabalhando, calado, contando sempre com o Fausto e conseguimos chegar a um
valor que a família aceitou que é um valor próximo a avaliação da época que o
juiz determinou em 2015, que ficava em torno de R$ 4,68 milhões, mas esse valor
eu não teria condições de cumprir e dialogando com a família, chegamos a um
acordo de R$ 400 mil em setembro e uma prestação de R$ 40 mil”,
disse. O prefeito explicou que se a prefeitura devolvesse o imóvel para os
proprietários, teria que pagar entre multa e aluguéis atrasados, R$ 2,1 milhões
sem ter a propriedade do imóvel.
O prefeito finalizou lembrando diversas realizações de seu primeiro mandato como Casa da Criança, Casa de Maria, Creche do Matadouro, 484 apartamentos no São Marcos, separação da água dos apartamentos dizendo que tudo foi importante mas que para ele, esta aquisição para Cataguases como berço do cinema foi essencial. "A cidade amanheceu e ao longo desta semana será divulgado que o cinema é nosso!", finalizou.
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O produtor de cinema Breno Nogueira anunciou a filmagem de um filme e uma série na cidade. |
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A cineasta Elza Cataldo anunciou que filmará na cidade uma produção sobre Eva Nil. |
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