A Sessão da Câmara Municipal de Cataguases que ocorreu na noite desta terça-feira (9), teve apenas um projeto aprovado e o sobrestamento dos projetos mais polêmicos.
A sessão começou com a fala do Secretário Municipal de Indústria e Comércio, Ângelo Andrade Cirino, que informou aos vereadores e a todos presentes sobre o ofício do Ministério da Educação (MEC), sinalizando positivamente a implantação dos campi avançados do IFET Sudeste nos municípios de Cataguases e Ubá. Confira matéria completa aqui.
Conforme a pauta, estavam previstos a apreciação de quatro Projetos de Lei, mas apenas um deles, o projeto que "altera artigo da Lei 4.118/2014, que modificou a Lei 2.427/95, referente ao Código de Zoneamento, Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo Urbano" conseguiu ser aprovado. Os demais projetos, ficaram para sessões futuras.
PL 73/2014
O projeto número 73/2014 que visa Homologar a existência de contrato firmado entre o Município de Cataguases e o escritório de advocacia Nunes Amaral Advogados e autoriza pagamento de honorários advocatícios, foi novamente, muito discutido, inicialmente com o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), favorável por parte do relator, Geraldo Majella Mazini e do vereador Luiz Carlos Sodré (membro), mas desfavorável por parte do presidente da comissão, José Augusto Titoneli por entender que contrato verbal com a administração pública não existe.
Geraldo Majella, justificou o parecer favorável, dizendo que embora também concorde que não possa existir contrato verbal na administração pública, acredita que é dever do legislativo, analisar e corrigir o que já aconteceu anteriormente, pois foi comprovado que os advogados trabalharam e não poderiam ficar sem receber.O vereador Serafim, disse que recentemente, recebeu uma comunicação do Ministério Público sobre a instauração de um inquérito Civil público, com a finalidade de apurar um contrato de serviços advocatícios realizado por ele e a Câmara Municipal de Dona Eusébia com dispensa de licitação e que segundo ele, mesmo tendo feito dentro da lei, acabou sendo processado, "Imagina se fosse verbal?" perguntou o vereador que considerou uma temeridade tirar a responsabilidade das costas do prefeito e colocar nas costas do Legislativo, disse.
Embora o vereador Mauricio Rufino, também reconhecesse a inexigibilidade de licitação, devido urgência e especialização do escritório contratado, lembrou que a mesma Lei que reconhece esta inexigibilidade, também diz que é nulo o contrato verbal e ressaltou que a linguagem do projeto não seria a mais adequada. "Como eu vou homologar um contrato feito verbalmente se a lei diz que é nulo?" perguntou.
Titoneli também ressaltou que seria necessário ainda fazer a dispensa de licitação e publicar na imprensa oficial.
O advogado Bruno Monteiro de Castro Amaral, representante do escritório, usou a tribuna para resumir novamente como foi todo o processo e disse que a ação foi até o trânsito em julgado devido o trabalho da empresa e que agora já encontra-se disponível cerca de R$ 1,9 milhões que serão descontados na dívida da prefeitura.
O advogado Bruno Monteiro de Castro Amaral, representante do escritório, usou a tribuna para resumir novamente como foi todo o processo e disse que a ação foi até o trânsito em julgado devido o trabalho da empresa e que agora já encontra-se disponível cerca de R$ 1,9 milhões que serão descontados na dívida da prefeitura.
O advogado também destacou que como teve uma procuração, o contrato não foi exclusivamente verbal e mostrou resoluções do TJ em que decide que se algum outro advogado quiser entrar na justiça para procurar seus direitos, deverá fazê-lo contra o advogado e não contra o pagador, para tranquilizar os vereadores no tocante a questão de vários advogados terem assinado a procuração.
Outro argumento por parte do escritório, é que houve a prestação do serviço que trouxe um beneficio para a municipalidade mas que mesmo se ainda não tivesse ganho os advogados teriam direito aos honorários e que se tiver de ir na justiça contra a prefeitura para receber, que eles o farão mas que isto poderá acarretar um custo final maior para o município.
Respondendo a pergunta do vereador José Augusto Titoneli se ele concordava que o contrato seria nulo, Dr. Bruno disse que concordava e que nos outros municípios a forma de pagamento foi diferente, não necessitando de um Projeto de Lei.
O parecer da CCJR, acabou sendo aprovado por 8 votos favoraveis contra 7 contrários (Walmir, Titoneli, Serafim, Beleza, Michelângelo e Gilmar Canjica), mas o vereador Vinícius Machado, solicitou o pedido de sobrestamento por 1 sessão, sendo acatado por unanimidade pelo plenário.
PL 75/2014
Também o projeto sobre o Loteamento Floresta, nº 75/2014 que "Revoga os Artigos 2º e 3º da Lei nº 2302/1994", que na prática desfaz acordo anterior entre o município e o proprietário do loteamento, Sr. Manoel Luiz Mathias que também é prefeito do município de Santana de Cataguases, teve parecer favorável da CCJR.
O projeto, devolve 43 lotes que a prefeitura tinha a posse em troca da realização da urbanização do local (calçamento, colocação de água, luz e esgoto) e passa para a responsabilidade do loteador a execução deste serviço em um prazo do 2 anos.
O Advogado e ex-procurador do município de Cataguases, Dr. Sirley Garcia Cardoso, foi convidado a usar a palavra e explicou que sua fala era para mostrar a necessidade de solução do problema que vem se arrastando desde 1994 e que durante todo este tempo, o loteamento ficou adormecido, tendo o loteador obtido permissão para vender 3 lotes e que para isso, foi obrigado a abrir um pedaço de rua, com iluminação, para atender os lotes vendidos.
Com o passar do tempo, após já ter gasto cerca de R$ 50 mil com as obras que deveriam ser realizadas pela prefeitura, em 2011, entraram com uma ação contra o Município que ainda está correndo e que recentemente, propôs a revogação da Lei anterior, para que seja feita a devolução do direito de reter, em função do município não ter realizado a contrapartida, pois segundo Dr. Sirley, o prejuízo até o momento, é exclusivamente do loteador.
Outros argumentos do advogado é que o novo bairro com 104 lotes, em condições de ser habitado, vai proporcionar ao município o recebimento de IPTU e impostos que virão em decorrência de loteamento e deixou claro que se houve algum tipo de cessão de uso, foi cedido alguma coisa que não era de propriedade do município, pois o acordo não foi cumprido.
O vereador Antônio Beleza, disse no entanto que participou do projeto inicial, que 43 lotes já foram doados a munícipes e que jamais iria votar em um projeto, concedendo um benefício para algum cidadão e depois tirar. Na opinião do vereador, o loteador deveria resolver o impasse com a prefeitura.
Algumas questões também foram levantadas, como a forma em que foram realizadas as doações e o tempo decorrido onde ninguém que ganhou construiu, além, do comprovado prejuízo para os moradores da Rua José do Grupo que sofrem com a lama que desce do loteamento quando chove.
Walmir Linhares, disse que não é difícil para o município realizar a urbanização do local, pois o esgotamento é realizado pela Copasa e que já existe verba para a colocação de iluminação pública, devendo o município arcar apenas com o calçamento. Segundo ele, falta competência para o município resolver.
Outras dúvidas também, foram levantadas pelo vereador Vinicius Machado, que acredita que esta Lei já foi revogada por uma Lei de 2007 para a realização do condomínio São Marcos que anulou todos os loteamentos que encontravam na mesma situação do São Marcos. "O que não pode é continuar a acontecer por 20 anos este imbróglio todo" disse Vinicius.
No entanto, o vereador Antônio Beleza, resolveu pedir o sobrestamento do projeto, alegando que pediria o sobrestamento e que depois votaria contra o projeto a favor de 43 famílias, o que foi aceito por unanimidade.
PR 06/2014
Por fim, o Projeto de Resolução, do vereador Maurício Rufino que "Institui a campanha permanente de orientação e conscientização para coleta seletiva de
lixo no âmbito da Câmara Municipal" teve pedido de vistas do vereador Geraldo Majella, sendo aprovado por unanimidade.
lixo no âmbito da Câmara Municipal" teve pedido de vistas do vereador Geraldo Majella, sendo aprovado por unanimidade.





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