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    domingo, 15 de setembro de 2013

    Corais formados por detentos se apresentam em encontro na cidade de São Lourenço

    Os acordes familiares das músicas de Milton Nascimento, Luiz Gonzaga, Geraldo Vandré e outros renomados artistas brasileiros puderam ser ouvidos de longe por quem passasse pelo centro de São Lourenço, no Sul de Minas. A cidade, localizada a 390 quilômetros da capital mineira, recebeu, na manhã deste sábado (14), o II Encontro de Corais Penitenciários do Sul de Minas.

    Cerca de cem detentos e detentas dos regimes fechado e semiaberto se apresentaram durante o evento. Eles integram nove corais e uma banda, todos de unidades prisionais de dez municípios da região: Baependi, Campo Belo, Caxambu, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Três Corações, Três Pontas, Varginha, São Lourenço e Santa Rita do Sapucaí.

    Para o organizador do encontro e músico referência da Superintendência de Atendimento ao Preso (Sape), José Henrique Martins, as atividades culturais são um dos caminhos para se promover a ressocialização e a humanização da pena. “A arte transforma e, quando feita por detentos, mostra à sociedade que todos merecem uma segunda chance”, ele ressaltou. 

    Cada grupo cantou três músicas e as apresentações duraram entre 10 e 12 minutos. O evento foi aberto pelo Coral Canção e Vida, atualmente formado por seis detentas do Presídio de Poços de Caldas. “Canário do Reino”, de Tim Maia, e “Faz um Milagre em Mim”, de Regis Danese, fizeram parte do repertório.

    “O encontro mostrou que o sistema prisional também é um ambiente onde impera a arte e a cultura”, avaliou o superintendente de Atendimento ao Preso, Helil Bruzadelli, que representou a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) no evento. “A musicalização dentro das unidades ajuda a cativar os sentimentos dos detentos e a levar emoção para todos os envolvidos”, completou.  Juízes, promotores e prefeitos dos municípios da região, além dos diretores gerais dos dez presídios inscritos, também estiveram presentes.

    Depoimento

    Dos seus 28 anos vividos, Gilson Ambrosino de Jesus já dedicou 18 à música. Baterista e arranjador profissional, já tocou em várias bandas e trabalhou com grandes artistas. “Um exemplo é a Natália Pacheco, professora de canto lírico do Palácio das Artes, de Belo Horizonte”, relata entusiasmado. Atualmente, além das atividades que desenvolve no estúdio que mantém em São Lourenço, ele também participa do coral “Vozes da Cela”, do presídio do município, onde cumpre pena em regime semiaberto desde fevereiro de 2012.

    “Independente do lugar, a música é funcional”, defende Gilson, que também faz os arranjos dos corais dos Presídios de São Lourenço e Caxambu. Ele conta que, ao entrar no sistema prisional, começou a dar aulas de teoria musical para outros detentos, dentro da cela, e, ainda, que escreveu o hino da escola que funciona na unidade onde cumpre pena. “Paredes e grades não prendem ninguém, pois é a mente que prende”, declara. “A música deixa meus pensamentos livres, então eu sou livre”, conclui.
    Fonte: Agência Minas
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