Ação mobilizou cem agentes e helicóptero em cinco cidades mineiras e no Rio de Janeiro; "tribunais do crime" aplicavam torturas e execuções na região
Uma força-tarefa com cem agentes deflagrou na manhã de terça-feira (21) uma operação de grande porte para desarticular células do crime organizado que vinham expandindo domínio na Zona da Mata mineira. A ofensiva resultou na captura de vinte pessoas e no cumprimento de 58 mandados judiciais em seis cidades.
A "Operação Hércules X" mirou integrantes de uma facção com origem no Rio de Janeiro que estabeleceu ramificações em Visconde do Rio Branco, Juiz de Fora, Ubá, Viçosa e Rodeiro. Segundo apurado, lideranças encarceradas na capital fluminense comandavam a expansão criminosa em território mineiro.
O cerco mobilizou recursos aéreos, cães farejadores e drones para dar suporte às equipes em campo. A operação foi coordenada pelo 21º Batalhão da Polícia Militar em conjunto com o Ministério Público mineiro e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado.
Entre os 58 mandados expedidos pela Justiça, 19 determinavam prisões temporárias, cinco ordenavam a internação de adolescentes e 32 autorizavam buscas em imóveis e veículos. Dois mandados bloquearam bens imóveis ligados ao esquema criminoso.
As investigações revelam que o grupo criou estruturas paralelas de "justiça" na região. Esses chamados tribunais aplicavam punições corporais e execuções sumárias contra quem violasse regras internas da organização. Adolescentes vinham sendo aliciados para atuar como soldados do tráfico.
A operação recolheu 15 veículos entre carros e motocicletas, além de dispositivos eletrônicos, balanças de precisão, entorpecentes e munições. Também foram encontrados R$ 8.709 em espécie e três pássaros silvestres mantidos ilegalmente em cativeiro.
Os detidos respondem por envolvimento com comercialização de drogas, recrutamento de menores, confrontos armados, intimidação de agentes de segurança e homicídios. Parte dos crimes teriam sido cometidos por determinação da própria estrutura criminosa.
A expansão territorial do grupo vinha provocando aumento da violência na região. Disputas internas e punições por quebra de conduta resultavam em execuções que aterrorizavam comunidades inteiras.
A deflagração da operação contou com a participação de equipes do Gaeco de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, além de policiais penais e servidores do Ministério Público. Todos os bens utilizados para fins ilícitos foram bloqueados por determinação judicial.
Entre o material apreendido estão 17 aparelhos celulares, um computador, equipamentos de vigilância, material para embalo de entorpecentes e acessórios para armas como coldres e porta-carregadores. Dois imóveis foram interditados.
As autoridades investigam como lideranças presas em unidades prisionais fluminenses mantinham comando sobre as operações criminosas a centenas de quilômetros de distância. A comunicação ocorreria por meio de intermediários e dispositivos eletrônicos.
A operação representa uma tentativa de conter o avanço territorial de facções que buscam estabelecer monopólio do tráfico em regiões antes dominadas por grupos locais. A disputa por rotas e pontos de venda gera ciclos de violência e instabilidade.
Por Mídia Mineira.
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