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    sexta-feira, 24 de outubro de 2025

    Júri condena mulher a 16 anos por mandar matar companheiro em Muriaé

    Após mais de 10 horas de julgamento, acusada foi considerada mandante do homicídio que chocou a cidade em 2023, outras duas pessoas também receberam condenação

    Foto: Gilson Júnior | Rádio Muriaé.

    O Tribunal do Júri de Muriaé encerrou nesta quinta-feira (24) o julgamento de Larissa, acusada de ordenar a morte de Cletson Júnior Freitas Braga, seu companheiro por 17 anos e pai de seus dois filhos. A sessão, realizada no Fórum Tabelião Pacheco de Medeiros, durou 10 horas e meia e resultou na condenação da ré a 16 anos de reclusão em regime fechado.

    O crime ocorreu em outubro de 2023, quando Cletson foi alvejado por disparos de arma de fogo no estacionamento da Casa de Saúde de Muriaé. Na época, a vítima aguardava atendimento médico quando um atirador chegou de motocicleta e efetuou os disparos. As investigações posteriormente revelaram que o assassinato havia sido encomendado.

    Os jurados acolheram as teses apresentadas pelo Ministério Público, reconhecendo Larissa como mandante do homicídio. No entanto, também aceitaram uma atenuante proposta pela defesa, baseada na colaboração da acusada durante as investigações. A promotora Jackeliny Rangel manifestou insatisfação parcial com o resultado, apesar da condenação.

    A representante do Ministério Público classificou o desfecho como uma vitória pela metade. Ela destacou que a pena inicial poderia ter alcançado 24 anos, mas foi reduzida devido à causa de diminuição aceita pelos jurados. A promotora anunciou que recorrerá da decisão, buscando aumentar a condenação no Tribunal de Justiça.


    Durante entrevista após o julgamento, a promotora revelou que existem indícios nos autos de que a acusada teria tentado envenenar o companheiro em outras ocasiões. Contudo, segundo ela, não há provas materiais suficientes para fundamentar novas acusações criminais relacionadas a esses episódios.

    A defesa de Larissa, conduzida pela advogada Letícia Carvalhaes, confirmou que também apresentará recurso. A estratégia da defesa desde o início não buscava a absolvição, mas sim a redução máxima da pena por meio do reconhecimento da colaboração prestada pela ré às autoridades policiais.

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    Segundo a advogada, as informações fornecidas por Larissa foram fundamentais para a identificação e condenação dos demais envolvidos no crime. A defesa argumenta que sem essa colaboração, os outros acusados possivelmente não teriam sido localizados e responsabilizados pela Justiça.

    A advogada também apresentou a versão de que sua cliente foi pressionada pelo amante a participar do plano criminoso. Conforme relatos, ele teria feito ameaças constantes e sugestões explícitas sobre como o crime deveria ser cometido, criando um ambiente de coação psicológica.

    As investigações conduzidas pelo delegado Glaydson Souza demonstraram que não havia histórico de conflitos graves entre o casal. Familiares e conhecidos afirmaram que Cletson mantinha uma relação estável com Larissa e demonstrava afeto pela companheira, contrariando qualquer hipótese de violência doméstica prévia.

    A quebra de sigilo das conversas por aplicativo de mensagens revelou o planejamento detalhado do crime. Os diálogos mostraram que o amante de Larissa contratou um executor para cometer o homicídio, oferecendo R$ 4 mil pelo serviço. O valor seria retirado da própria conta bancária da vítima.

    O plano original previa que o executor entraria no banco traseiro do veículo de Cletson para rendê-lo e levá-lo até uma área isolada entre os bairros Cardoso de Melo e Santana. No entanto, devido à resistência da vítima, os disparos foram efetuados no próprio local onde ele aguardava atendimento médico.

    Além de Larissa, outros dois homens foram condenados pelo crime. O executor da ação, identificado como morador do bairro Vermelho II e com extensa ficha criminal, recebeu pena de 15 anos de prisão. O amante de Larissa, que contratou o pistoleiro, foi sentenciado a 17 anos de reclusão.

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    As câmeras de segurança da Casa de Saúde registraram toda a ação criminosa, fornecendo elementos cruciais para as investigações. Na noite do crime, a Polícia Militar realizou rastreamentos pela região, mas ninguém foi preso em flagrante. A Larissa, que alegou estado de choque, não conseguiu prestar informações relevantes naquele momento.

    O caso ficou conhecido regionalmente como o da "Viúva Negra", devido às circunstâncias em que a própria companheira teria planejado a morte do pai de seus filhos. O julgamento atraiu atenção da comunidade de Muriaé e mobilizou familiares de ambas as partes.

    Com a conclusão deste júri, todos os envolvidos no homicídio de Cletson Júnior Freitas Braga estão condenados. No entanto, tanto o Ministério Público quanto a defesa de Larissa confirmaram que recorrerão da sentença, o que significa que o caso ainda terá desdobramentos nas instâncias superiores da Justiça.

    Por Mídia Mineira com 
    informações da Rádio Muriaé.

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