Medida de fiscalização das movimentações financeiras, enfrentou forte reação pública e gerou crise de comunicação para o Planalto.
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Fernando Haddad. Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil. |
A oposição, liderada por figuras como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), fez da proposta um alvo, acusando o governo de sufocar os trabalhadores informais e fechar o cerco sobre a classe média. O vídeo do parlamentar, que viralizou com mais de 200 milhões de visualizações, foi central na pressão para que o governo recuasse. Nele, Ferreira questiona: “O vilão do Brasil é quem ganha 5 mil reais e não declara para poder sobreviver?”
Apesar de o Ministério da Fazenda afirmar que o objetivo da norma era combater grandes sonegadores, a medida foi amplamente interpretada como um ataque aos trabalhadores informais e pequenos empreendedores. O ministro Fernando Haddad afirmou que a decisão de revogar a norma foi motivada por uma onda de desinformação e fake news, mas críticos apontam que o governo falhou em comunicar a proposta de forma transparente.
A crise de comunicação não é novidade no governo Lula, que já enfrentou desafios similares, como no caso da “taxação das blusinhas”, referente à tributação de compras internacionais. Especialistas em política e comunicação destacam que a falta de clareza do governo em temas técnicos contribui para a desconfiança da população e oferece terreno fértil para a oposição explorar fragilidades.
João Amoêdo, fundador do partido Novo, criticou o recuo, afirmando que a medida inicial era apenas uma atualização burocrática e que a revogação dividiu os brasileiros. “Uns veem um governo fraco, outros um governo mentiroso, e há quem enxergue ambos. O resultado é a perda de credibilidade”, disse Amoêdo.
Com a revogação, o governo tenta minimizar os danos ao editar uma Medida Provisória que garante a não tributação do Pix e reforça o sigilo bancário. A medida busca combater boatos, mas a demora para agir deixou sequelas políticas. Para analistas, a decisão de revogar a norma sinaliza não apenas a influência das redes sociais sobre o governo, mas também a necessidade de uma comunicação mais eficiente e estratégica.
Em ano pré-eleitoral, o episódio é um alerta para o governo Lula. A rápida disseminação de informações e a pressão pública evidenciam a fragilidade de medidas impopulares, mesmo que sejam tecnicamente justificadas. Enquanto isso, a oposição segue capitalizando os erros de comunicação para ampliar sua base de apoio.
Por Mídia Mineira.
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