Furtos e agressões estão entre os principais delitos registrados nas unidades básicas em 2024.
O número de ocorrências de violência em unidades de saúde de Juiz de Fora apresentou um aumento expressivo neste ano. Entre janeiro e setembro de 2024, foram registrados 359 incidentes, um crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2023, quando ocorreram 281 casos. Os dados são do Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais.
Entre os crimes mais recorrentes em 2024 estão furtos, com 76 registros, seguidos por 57 casos de infrações contra a pessoa e 52 de ameaças. Ocorrências de agressão, danos ao patrimônio e lesões corporais também foram frequentes, com 18, 20 e 11 casos, respectivamente. Um exemplo emblemático ocorreu em março deste ano, quando uma usuária, irritada com a demora no atendimento de sua filha, depredou a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Esperança, causando pânico e danos materiais.
A situação preocupa principalmente os profissionais de saúde, que frequentemente enfrentam agressões e ameaças. O Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu/JF) apontou que a ampliação do horário de atendimento das UBSs pode ter contribuído para o aumento das tensões. Segundo Anderson Luís Gonçalves, diretor de Saúde do sindicato, apesar de a extensão do horário ter sido uma medida positiva para aliviar os serviços de urgência, muitos usuários confundem as UBSs com Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), o que gera expectativas equivocadas e frustrações.
Outro ponto destacado pelo sindicato é o déficit de pessoal nas unidades, que sobrecarrega os servidores. Técnicos de enfermagem, por exemplo, têm assumido funções que não deveriam realizar, como dispensar medicamentos, enquanto enfermeiros precisam atuar na recepção para suprir a falta de recepcionistas. Essa sobrecarga resulta em atrasos nos atendimentos e contribui para o clima de tensão nas unidades.
A Prefeitura de Juiz de Fora, ao ser questionada sobre a segurança nas UBSs, informou que a Guarda Municipal realiza patrulhamentos preventivos em todos os equipamentos de saúde do município. No entanto, não foram mencionadas ações específicas para lidar com o aumento das ocorrências.
A violência nos serviços de saúde reflete não apenas a insatisfação da população com o atendimento, mas também a sobrecarga e as condições de trabalho dos profissionais. Especialistas e representantes do setor apontam que medidas de reforço na segurança e campanhas de conscientização sobre o papel das UBSs podem ser essenciais para reduzir os conflitos e garantir um ambiente mais seguro tanto para servidores quanto para usuários.
Por Mídia Mineira com informações
do Sinserpu e Tribuna de Minas.
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