Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Muriaé, Juiz de Fora e Vieiras para apurar crimes contra a administração pública.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou nesta terça-feira, 26 de novembro, a Operação Mãos Invisíveis, destinada a investigar uma possível associação criminosa envolvendo ex-presidentes da Câmara Municipal de Muriaé, um ex-diretor financeiro, funcionários públicos e empresários. Os suspeitos são acusados de lavagem de dinheiro, fraudes à licitação e desvio de verbas públicas.
A ação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Zona da Mata, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Muriaé, Vieiras e Juiz de Fora. Segundo as investigações, os envolvidos teriam criado um “consórcio de empresas fraudulentas” para frustrar concorrências em licitações públicas, utilizando empresas registradas em nome de "laranjas".
O dinheiro proveniente das contratações ilícitas era lavado por meio de movimentações financeiras realizadas por essas empresas de fachada. A operação é desdobramento das “Operações Catarse” e “Metástase”, realizadas entre 2021 e 2024, que revelaram um esquema complexo de desvios envolvendo agentes públicos e empresários da microrregião de Muriaé.
Entre os investigados, está o vereador em exercício Antônio Afonso Soares Tomaz, conhecido como “Afonso da Saúde”. Em nota, a defesa do parlamentar afirmou estar à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e reforçou o compromisso com a transparência e a justiça.
A Câmara Municipal de Muriaé, por sua vez, informou que as investigações envolvem um vereador atual, um ex-vereador e um ex-servidor da Casa, reiterando que tem colaborado com os órgãos de segurança pública. Até o momento, os nomes de outros suspeitos e os detalhes sobre as apreensões realizadas não foram divulgados.
O MPMG destacou que o esquema criminoso operava com empresas do ramo da construção civil criadas especificamente para burlar processos licitatórios. As irregularidades não se limitaram a Muriaé, mas se estenderam a outros municípios da microrregião, prejudicando os cofres públicos e a prestação de serviços à população.
Com o apoio das Polícias Civil e Militar, a operação busca desmantelar a rede de corrupção e responsabilizar os envolvidos. Segundo o Gaeco, as investigações continuam, com foco em identificar o alcance do esquema e recuperar os valores desviados.
Por Mídia Mineira.
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