Moradores do bairro Colinas em Cataguases denunciam irregularidades em instalação de empresa de reboque

Empreendimento é acusado de perturbar bairro residencial e levantar suspeitas de conflito de interesses na concessão de alvará.

Moradores da Rua José de Moura, no bairro Colinas, em Cataguases, denunciaram nesta quinta-feira, 13 de junho, irregularidades na instalação de uma empresa de serviços de reboque de veículos. Segundo os residentes, a empresa Autosocorro Dois Irmãos obteve alvará em tempo recorde, supostamente facilitado pelo gestor da Catrans, Fabrício Zulato, que teria ligações com a empresa.

Os moradores afirmam que, apesar do alvará ter sido concedido para uma zona mista na Rua César Simões da Rocha, o portão de acesso à empresa foi instalado na Rua José de Moura, uma área de zoneamento preferencialmente residencial. Além disso, há preocupações ambientais, pois o local é próximo a uma área de proteção e não houve projeto ambiental ou fiscalização da prefeitura.

Outra crítica dos moradores refere-se à construção de uma rampa que pode causar acúmulo de água da chuva, pois obstruiu um bueiro em uma rua inclinada. Eles também estão preocupados com o pátio para depósito de veículos, que, sem cobertura, pode se tornar um foco de criadouros do mosquito da dengue, colocando em risco a saúde de toda a população do bairro. Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, em regiões sem barreiras à dispersão do mosquito Aedes aegypti pode atingir um raio de vôo de 800m.

A reportagem não conseguiu confirmar a ligação entre Fabrício Zulato e a empresa, mas os moradores afirmam que o gestor esteve no local acompanhando a obra e sugeriu colocar placas de proibido estacionar, para possibilitar o trânsito do caminhão guincho, o que pode prejudicar os residentes que estacionam em frente às suas casas. Outro ponto é que o grande aumento do barulho com o trânsito de caminhão 24 horas, irá pertubar a paz de moradores idosos ou doentes e pode inclusive desvalorizar os imóveis. O envolvimento direto do servidor, o possível conflito de interesses e a legislação em causa própria levantam sérias dúvidas sobre a transparência e a imparcialidade das ações da Catrans. Essas preocupações são exacerbadas pelas recentes medidas da entidade, que visam facilitar a apreensão de veículos pela Polícia Militar e implantar a faixa azul na cidade, o que provavelmente resultará em um aumento significativo no número de multas.

O site Mídia Mineira tentou contato com Fabrício Zulato para esclarecimentos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O site permanece à disposição para publicar o direito de resposta dos envolvidos.

Por Mídia MIneira.

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