Pelo menos 29 cães e gatos apresentaram sintomas de envenenamento em um mês.
Uma série de mortes de animais está apavorando tutores de pets em Laje do Muriaé, município localizado no Noroeste Fluminense. Nos últimos 30 dias, pelo menos 29 cães e gatos apresentaram sintomas de envenenamento, como fraqueza, convulsão e salivação excessiva. A maioria dos casos ocorreu com animais que viviam em vias públicas, mas também há relatos de envenenamento no quintal das residências. Até o momento, nenhum caso foi registrado na delegacia local, que está fechada para obras desde dezembro de 2022.
A suspeita dos moradores e protetores de animais é que alguém esteja misturando veneno em alimentos jogados para os animais, mas ainda não foram realizados exames laboratoriais nas vísceras dos animais mortos para confirmar essa hipótese. Entre os casos, apenas Simpático, um vira-lata preto e branco com cerca de 3 anos, conseguiu sobreviver aos ataques, mas a autoria dos envenenamentos ainda é desconhecida.
O último caso ocorreu na sexta-feira (30), quando Duque, um cão de 15 anos, foi encontrado agonizando no bairro Morro do Querosene e não resistiu, mesmo após ter sido socorrido. No dia 25, outra vítima, o cão Negão, com mais de 10 anos, foi encontrado próximo à prefeitura, tremendo e com dificuldades respiratórias, também não sobrevivendo mesmo após ser levado a um veterinário.
A maioria dos animais que apresentaram sintomas de envenenamento vivia em vias públicas, mas de acordo com o Projeto Animal, grupo formado por protetores de animais, há relatos de pelo menos dois pets envenenados no quintal de suas residências.
Apesar das mortes em série, nenhum caso foi registrado na 138ª Delegacia de Polícia de Laje do Muriaé, que está fechada para obras desde dezembro de 2022. Os registros estão sendo realizados na 137ª Delegacia de Polícia em Miracema, a cerca de 30 quilômetros de distância.
A situação tem gerado revolta na população, que se mobilizou nas redes sociais e no Projeto Animal. O jornalista Heraldo Galliters, integrante do projeto, divulgou um cartaz pedindo denúncias sobre os envenenamentos, além de disponibilizar o contato do Disque-Denúncia (21-2253-1177), onde as informações podem ser repassadas anonimamente.
Diante dos ocorridos, o presidente da Câmara de Vereadores, Thiago Oliveira Jauhar de Souza, enviou um ofício ao Ministério Público solicitando uma investigação sobre os envenenamentos em massa de cães e gatos no município. O documento também foi assinado pelo vereador Luiz Tâmara Junior, e uma solicitação semelhante será enviada à Polícia Civil.
O vereador Lucas Terra classificou os casos como execução criminosa de animais e denunciou a série de mortes por meio de um vídeo nas redes sociais, acompanhado de fotos dos animais.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) confirmou o recebimento do ofício da Câmara de Vereadores e informou que será instaurado um procedimento administrativo interno para apurar os fatos. A Promotoria de Justiça de Laje do Muriaé também requisitará a abertura de um inquérito policial para investigar as mortes em série de cães e gatos.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que nenhum registro formal sobre as mortes de animais foi feito, mas após tomar conhecimento dos casos, iniciou um procedimento policial para apurar e esclarecer os crimes. Enquanto a 138ª Delegacia de Polícia está fechada para reformas, a previsão é de que as obras na delegacia local sejam concluídas em duas semanas.
Fonte: Jornal O Globo Rio / Rádio Muriaé
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