De acordo com boletim divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), quase 1 milhão de brasileiros voltaram à miséria em 2013. Esses números, que levam em conta os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, indicam que o percentual de famílias em pobreza extrema saltou de 3,63% em 2012 para 4,03% em 2013. A pesquisa se refere ao percentual de pessoas em domicílios com renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza (ou indigência, ou miséria). A linha de extrema pobreza considerada é de R$ 70 em Junho de 2011 tal como estipulado no Decreto 7492 (Brasil sem Miséria). Para o Ipea, a recessão e o ajuste fiscal são ameaças às políticas sociais do governo.
Levando em conta que em 2013 a população brasileira era de 201 milhões de pessoas, segundo o IBGE, o número de pessoas em pobreza extrema passou de 7,2 milhões, em 2012, para 8,1 milhões, no ano seguinte. Foi a primeira alta desde 2005, quando o percentual de pessoas na miséria, entre um ano e outro, caiu de 7,58% para 7,02%.
Recentemente, o governo comemorou em Brasília, 12 anos da criação do Bolsa Família, mas segundo o boletim do Ipea, a ausência de correção monetária dos benefícios do programa Bolsa Família entre 2011 e 2014 foi motivo importante para o aumento da miséria. Em maio do ano passado, o governo anunciou um reajuste do benefício básico do Bolsa Família em 10%, passando de R$ 70 para R$ 77 mensais. O aumento, porém, focou nas pessoas em condição de pobreza extrema, não elevando o valor de quem ganha mais.
Em sua análise, o Ipea traçou um cenário pouco otimista quando se refere à manutenção das conquistas sociais. “As expectativas para o comportamento futuro da extrema pobreza são preocupantes, considerando o cenário de ajuste fiscal e as previsões negativas para o desempenho da economia e do mercado de trabalho”, destacou o boletim.
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