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    quarta-feira, 21 de maio de 2025

    Entrevista Exclusiva: Delegado detalha investigação de suposto estupro de criança autista em Cataguases

    Polícia Civil já realizou duas operações de busca e apreensão e implementou medidas protetivas para garantir segurança da vítima de 7 anos


    A Polícia Civil de Minas Gerais continua investigando o caso de abuso sexual contra uma criança autista de 7 anos em Cataguases. Em entrevista exclusiva à Mídia Mineira, o delegado Dr. Conrado Guedes, responsável pela delegacia de crimes contra a dignidade sexual no município, esclareceu diversos pontos da investigação, que acontece por cerca de três meses. Leia a entrevista na íntegra no final da matéria.

    De acordo com o delegado, contrariando críticas de familiares sobre suposta lentidão nas apurações, a investigação segue dentro do cronograma adequado. "Uma investigação bem sucedida não deve ser avaliada pelo tempo de tramitação do respectivo procedimento apuratório", defendeu Guedes, destacando que "o interrogatório do investigado ocorre na etapa final de um inquérito policial" como estratégia investigativa.

    O principal suspeito foi ouvido neste mês, decisão que, segundo o delegado, foi "proposital" para que a autoridade policial pudesse "ter condições de abordar todos os detalhes" durante o interrogatório. Guedes também ressaltou que apenas neste mês, a delegacia enviou ao Judiciário três inquéritos relacionados a abusos sexuais contra menores, resultando na prisão de quatro investigados.

    A proteção da criança, segundo a autoridade policial, foi prioridade desde o início. "A PCMG enviou ao Poder Judiciário o pedido de medida protetiva de urgência subscrito pelo representante legal do menor, o que fora deferido", explicou o delegado, garantindo que "a vítima, desde o início das investigações, encontra-se devidamente segura e fora de qualquer contexto de risco".

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    Medidas especiais para proteção da vítima

    Por se tratar de uma vítima de 7 anos diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), protocolos especiais estão sendo seguidos. O delegado informou que foi solicitada a realização de "depoimento especial do infante, que consiste em um procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária, com a participação de equipe multidisciplinar, em local devidamente equipado".

    Guedes não forneceu detalhes sobre o andamento das investigações referentes à possível participação da mãe da criança no crime, mencionada na reportagem original como suspeita de facilitar os abusos. Questionado sobre um áudio onde a mãe estaria cobrando um PIX do suspeito, o delegado disse que a investigação corre sob sigilo e que para não atrapalhar as investigações não é possível detalhar determinadas ações.

    A autoridade confirmou que já foram realizadas duas operações de busca e apreensão ao longo da investigação. Na reportagem original publicada pela Mídia Mineira, há menção a objetos infantis encontrados na casa do suspeito, o que poderia indicar um padrão comportamental ou a existência de outras possíveis vítimas.

    O caso segue sob investigação com a participação integrada de outros órgãos. "Em investigações dessa natureza, a PCMG busca atuar em conjunto com os órgãos assistenciais e o Ministério Público, visando a proteção integral da criança/adolescente", concluiu o delegado.

    Relembre o caso
    Em março de 2025, a Polícia Civil de Minas Gerais iniciou investigação sobre o possível abuso sexual de uma criança autista de 7 anos em Cataguases. O caso ganhou repercussão após denúncias de familiares que suspeitavam dos abusos e questionavam a suposta participação da mãe da criança, que poderia estar facilitando o crime. O principal suspeito foi ouvido em maio e, segundo a reportagem original da Mídia Mineira, foram encontrados objetos infantis em sua residência, levantando suspeitas sobre um possível padrão de comportamento predatório.

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    Confira a entrevista na íntegra

    MM: Considerando que o caso foi registrado em março e apenas agora, em maio, o principal suspeito foi intimado a depor, quais fatores específicos contribuíram para esse intervalo de tempo nas investigações? O que o Sr. Tem a dizer sobre a acusação dos familiares de demora nas investigações?

    Delegado Conrado: Uma investigação bem sucedida não deve ser avaliada pelo tempo de tramitação do respectivo procedimento apuratório. Sim, é bem verdade que o tempo é inimigo da Justiça. No entanto, é preciso observar que, no caso em apreço, estamos diante de um inquérito policial com 3 meses de tramitação (portanto, relativamente novo), sendo que, desde o início, todas as medidas necessárias à investigação e salvaguarda do infante foram adotadas. A coleta das declarações do investigado somente no mês de maio é proposital. Como regra, o interrogatório do investigado ocorre na etapa final de um inquérito policial, justamente para que a polícia judiciária tenha condições de abordar todos os detalhes ao inquirir o investigado, dando-lhe, inclusive, o direito de se defender quanto às provas e imputações constantes dos autos. Apenas no mês de maio de 2025, a Delegacia de Polícia Civil de Cataguases/MG enviou ao Judiciário 3 inquéritos policiais que investigavam crimes dessa natureza (abuso sexual de criança e/ou adolescente), efetuando a prisão de 4 investigados. A alegação de demora nas investigações, portanto, é absolutamente descabida.

    MM: Quais procedimentos especializados estão sendo adotados nas investigações considerando a condição de vulnerabilidade da vítima, especialmente por se tratar de uma criança com Transtorno do Espectro Autista?

    Delegado Conrado: Desde o início, a prioridade da PCMG foi retirar o infante do cenário de risco identificado através das denúncias. Ao tomar conhecimento dos fatos, a PCMG enviou ao Poder Judiciário o pedido de medida protetiva de urgência subscrito pelo representante legal do menor, o que fora deferido. Assim, a vítima, desde o início das investigações, encontra-se devidamente segura e fora de qualquer contexto de risco de reincidência dos atos de abuso noticiados.

    MM: O que a investigação já apurou sobre o suposto áudio mencionado na reportagem, onde a mãe estaria cobrando um PIX do suspeito, e como isso impacta a linha investigativa sobre possível facilitação do abuso?

    Delegado Conrado: A investigação tramita sob sigilo, justamente para garantir a integridade física e psicológica do infante, bem como assegurar o sucesso das investigações. Portanto, impossível detalhar o que já foi apurado dentro do procedimento apuratório em curso.

    MM: Em que estágio se encontra a investigação relacionada à mãe da criança e quais elementos concretos foram encontrados até o momento sobre sua possível participação?

    Delegado Conrado: Como já mencionado, a investigação corre em sigilo. O que posso garantir é que todas as técnicas investigativas cabíveis ao caso sob apuração estão sendo empregadas pela PCMG. A título de exemplo, ainda pende de realização o depoimento especial do menor, prova fundamental ao completo esclarecimento dos fatos.

    MM: Considerando os objetos infantis encontrados na casa do suspeito, há investigação sobre a possibilidade de outras vítimas ou um padrão comportamental que indique premeditação? O Sr. Pretende solicitar um mandado de busca e apreensão?

    Delegado Conrado: A investigação tramita sob sigilo, justamente para garantir a integridade física e psicológica do infante, bem como assegurar o sucesso das investigações. Portanto, impossível detalhar o que já foi apurado dentro do procedimento apuratório em curso. A PCMG já realizou duas diligências de busca e apreensão ao longo das investigações.

    MM: Quais medidas protetivas foram implementadas para garantir o bem-estar da criança durante o processo investigativo e qual é a previsão de conclusão do inquérito?

    Delegado Conrado: Como dito anteriormente, o Poder Judiciário deferiu, em favor do menor vitimado, medidas protetivas de urgências, proibindo aos investigados de manter contato e se aproximar do infante.

    MM: Como está sendo realizada a coleta de provas em um caso como este, em que o principal relato vem de uma criança autista de 7 anos, e que protocolos especiais estão sendo seguidos?

    Delegado Conrado: O caso exige a completa observância da legislação federal correspondente, com a realização de procedimentos próprios de coleta de prova, cuja finalidade maior é conciliar o interesse investigativo com a necessidade de proteção integral da criança. Como exemplo, ao longo das apurações, a PCMG representou pela realização do depoimento especial do infante, que consiste em um procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária, com a participação de equipe multidisciplinar, em local devidamente equipado.

    MM: Existe alguma coordenação com outros órgãos públicos, como o Conselho Tutelar, promotoria pública ou serviços de assistência social, para o acompanhamento integral deste caso, e como tem sido essa articulação?

    Delegado Conrado: Sim, em investigações dessa natureza, a PCMG busca atuar em conjunto com os órgãos assistenciais e o Ministério Público, visando a proteção integral da criança/adolescente.

    Por Mídia Mineira.

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