População e prefeitura denunciam captação irregular de água pela Copasa em Barra Longa na Zona da Mata

Denúncia de irregularidades aconteceu durante audiência na ALMG.

Foto: Willian Dias / ALMG.

A insegurança em relação à qualidade da água da Copasa tomou conta de Barra Longa, na Zona da Mata. Moradores e prefeitura se juntaram em audiência da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para denunciar irregularidades na captação e falta de resposta às demandas, inclusive as oficiais. Segundo relatos e laudos técnicos, a água é turva, tem cheiro, gosto e coliformes, gerando preocupações sobre possível contaminação por metais pesados.

A principal denúncia apresentada na reunião, realizada nesta segunda-feira (27), foi sobre a mudança do ponto de captação de água pela Copasa sem comunicação às autoridades. Desde janeiro de 2003, a água é captada em um local atingido pelos rejeitos da barragem de Fundão, em Mariana, sem outorga dos órgãos públicos. A coordenadora da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Barra Longa, Jaqueline Martins, afirmou que a prefeitura tomou conhecimento apenas no início deste ano, e que um boletim de ocorrência foi registrado após visita ao local.

A prefeitura de Barra Longa também recebeu o pedido de outorga da companhia, mas ele foi negado. Simone Maria da Silva, da Comissão de Atingidos de Barra Longa, ressaltou o aumento dos casos de câncer na cidade que poderiam estar relacionados à contaminação. Ela criticou a Copasa por fornecer água possivelmente contaminada há mais de um ano. Moradores reclamaram ainda de aumentos injustificados nas contas e falta de atendente no escritório.

Como encaminhamento da audiência, uma reunião entre Copasa, prefeitura e atingidos foi agendada para o próximo dia 3 de junho, na Câmara Municipal de Barra Longa. Albino Júnior Campos, superintendente da Unidade de Negócios Leste da Copasa, anunciou para julho a volta da captação ao ponto antigo, sem impacto da barragem. Ele afirmou que melhorias no sistema foram feitas e justificou os aumentos nas faturas como problemas já corrigidos.

Por Mídia Mineira.

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