Pesquisador coordena projeto que avalia contaminação em mais de 800 praias brasileiras.
Foto: IF Goiano / Divulgação. |
Guilherme Malafaia, um biólogo de 38 anos nascido em Cataguases, tornou-se figura central em uma das investigações mais abrangentes sobre poluição por microplásticos nas praias brasileiras. Atualmente residindo em Urutaí, onde atua como professor e pesquisador no Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Malafaia coordena o projeto MicroMar, uma colaboração sem precedentes entre cerca de 25 instituições de ensino superior, tanto nacionais quanto internacionais.
A pesquisa, que já mapeou mais de 800 praias do litoral brasileiro, tem previsão de divulgar seus primeiros resultados no próximo semestre. “Este é, possivelmente, o maior estudo já realizado sobre microplásticos considerando a extensão territorial coberta. "Percorremos cerca de 15 mil km, incluindo visitas a municípios e áreas litorâneas, algumas das quais são praias desertas, em uma faixa que abrange quase 8 mil km da costa brasileira,” explica Malafaia.
Os esforços para monitorar a presença de microplásticos no meio ambiente não são novos para o biólogo, que há anos dedica-se ao estudo desses contaminantes em laboratório. A motivação para o projeto MicroMar surgiu da preocupação com a onipresença desses poluentes e os potenciais riscos que representam para a saúde humana e a biodiversidade marinha. Malafaia destaca que os microplásticos já foram encontrados em vários órgãos humanos e são frequentemente confundidos com alimento por espécies aquáticas, causando uma série de problemas de saúde e ambientais.
O biólogo ressalta a gravidade da contaminação encontrada nas praias brasileiras, incluindo locais de grande beleza natural como os Lençóis Maranhenses. “É um cenário alarmante. A contaminação por microplásticos é uma realidade em todas as praias que visitamos, sem exceção. Isso mudou completamente a maneira como vejo o mar e, definitivamente, afetará a forma como educamos nossos filhos sobre a importância de preservar o meio ambiente,” reflete Malafaia, que tem passado grande parte do último ano longe de casa e de sua família.
Enquanto Malafaia percorre o Brasil para a coleta de dados, em Urutaí, sua esposa, Aline Rodrigues, também envolvida no projeto e docente no IF Goiano, cuida dos quatro filhos do casal. O compromisso do biólogo com a pesquisa reflete uma dedicação não apenas ao avanço científico, mas também a um futuro mais seguro para as próximas gerações.
O estudo MicroMar promete não apenas lançar luz sobre a extensão da poluição por microplásticos nas praias brasileiras, mas também contribuir para o desenvolvimento de estratégias de mitigação e conscientização sobre os impactos ambientais desses contaminantes.
Por Mídia Mineira.
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