Uma nota oficial da Prefeitura de Cataguases, assinada pelo assessor do prefeito e secretário municipal Alex da Silva Carvalho, publicada em rede social, relativo ao Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade na Atenção Básica PMAQ-AB Municipal, trouxe bastante descontentamento entre os vereadores durante a sessão ordinária da Câmara desta terça-feira (10).
Walmir Linhares disse que irá fazer um levantamento comparativo entre os indicadores do Município de Cataguases e Leopoldina que já está pagando o benefício e também se mostrou preocupado, após a divulgação da nota, pelo fato de que se ficar comprovado a má gestão, o município poderá perder a verba do programa. O vereador também achou estranho a comunicação em rede social, inclusive com valores, uma vez que a prefeitura não quis responder seu requerimento, alegando que como a Lei foi declarada inconstitucional, o desejo do vereador de saber quanto o Município teria recebido do Governo Federal para ser aplicado no PMAQ havia perdido a finalidade. “Mostra que a assessoria do prefeito é péssima! É ruim! Qualquer iniciante na procuradoria, deve ter conhecimento de que existe uma Lei Orgânica no Município e que lá diz que é direito do vereador buscar informação” disse. Walmir também ampliou seu requerimento e agora quer saber os valores recebidos desde 2013. “Onde está o dinheiro? Quero notas fiscais e notas de empenho, porque se ele foi usado equivocadamente o Município vai deixar de receber o recurso e ai o prefeito vai ficar com a cara grande, porque ele infringiu a Lei. Onde vai a assessoria do prefeito? Onde vão esses senhores que recebem salário altíssimo do povo de Cataguases e não dão uma resposta a altura? É lá na ponta, no PSF do meu bairro que isso vai impactar, porque o servidor que não recebe não vai cumprir com as metas.”, criticou o vereador que ainda ameaçou levar o caso para o Ministério Público para o devido enquadramento caso o dinheiro tenha sido usado de forma errada.
O presidente Antônio Beleza, disse que todos os projetos enviados para Câmara em regime de urgência foram votados. “Jogar a culpa nos outros é muito fácil, poderia ter feito, mandado, até mesmo na época que o projeto estava tramitando, poderia ter chamado o vereador e pedir para retirar o projeto, não fez porque realmente não quis fazer, a verdade é essa”.
Fernando Amaral, defendeu o Executivo, dizendo que o mesmo chegou a enviar o projeto mas os agentes não aceitaram as condições da prefeitura. “Nós não temos que culpar A ou B, recebeu a ADIn, não dá prazo para fazer outro projeto agora vai ter de aguardar” argumentou.
Por fim, Walmir reforçou que nada justifica o Executivo não ter enviado o Projeto. “O Executivo quando ele quer, quando ele é honesto, quando é responsável, ele não pode ser omisso , ele não pode ficar com recurso que não lhe pertence, sob pena de ser amanhã questionado judicialmente, olha o que deixou de beneficiar a população, quantas metas não poderiam ser batidas, os indicadores foram comprometidos e se as metas forem batidas anualmente, aumentam o percentual do recurso” completou.
Confira abaixo a nota oficial da prefeitura de Cataguases:
A Prefeitura de Cataguases vem prestar os seguintes esclarecimentos:
- O PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) é um programa do Ministério da Saúde, criado em 2012, que tem como principal objetivo induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde.- A meta do programa é garantir um padrão de qualidade por meio de um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde. O programa eleva os recursos do incentivo federal para os municípios participantes, que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento.- Em 2014, a Câmara Municipal de Cataguases aprovou um projeto de lei de autoria do vereador Michelângelo Melo Corrêa que autorizava o repasses de recursos do PMAQ aos servidores da atenção básica, como bônus salarial. O executivo, no entanto, vetou o projeto, por considerá-lo inconstitucional.- A inconstitucionalidade do referido projeto foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Na prática, projetos de lei desta natureza devem ter sua autoria do poder executivo. O mesmo ocorreu em outras duas oportunidades em que projetos de autoria de vereadores foram vetados pelo mesmo motivo.- A Prefeitura de Cataguases já enviou à Câmara Municipal mensagens alertando sobre a prática, que, ao final, prejudica servidores e/ou a população em geral, atrasando ou impedindo benefícios que são esperados por servidores ou melhorias para o cidadão.- O Poder executivo pretende enviar projeto sobre a aplicação do PMAQ à Câmara Municipal, porém está impedida de fazê-lo em função do período eleitoral.- Vale ressaltar que de janeiros de 2015 a janeiro de 2916 o município recebeu R$ 897.700,00 do PMAQ. Estes recursos foram incorporados ao teto da Atenção Básica e aplicados na folha de pagamentos dos servidores da Atenção Básica, despesas mensais de água, luz, telefone, internet e para reforma da unidade básica de saúde do bairro Pampulha, que teve o custo final de R$ 13.892,56.
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