Cinco detentos do Presídio de Ubá passam oito horas por dia na Escola Municipal Cesário Alvim, localizada no bairro Vitória desde a segunda-feira (14). Eles pintam, faxinam e realizam pequenos consertos no prédio do estabelecimento de ensino. A previsão é que a reforma seja estendida por todo o recesso escolar (em comemoração ao Dia do Professor), encerrando-se no sábado (19).
“O trabalho é importantíssimo no processo de ressocialização dos presos, pois quebra preconceitos, dando a eles a oportunidade de reinserção na comunidade, de forma digna”, avalia o diretor geral do Presídio de Ubá, Guilherme Magalhães. A assistente social da unidade, Lidiane Miquelito, que também acompanha de perto as atividades realizadas pelos detentos, ressalta os benefícios da atividade. “Quando eles trabalham, o comportamento melhora e o relacionamento com as outras pessoas é mais cordial”, conta.
A Escola Municipal Cesário Alvim voltará a receber reformas ainda neste ano. A partir de dezembro, quando começam as férias escolares, cerca de 20 detentos serão escalados para trabalhar no local. “Como teremos mais tempo, eles farão serviços mais complexos, como trocas de pisos e janelas, por exemplo”, explica Guilherme.
Ressocialização
Atualmente, cerca de 70 detentos custodiados no Presídio de Ubá trabalham. Alguns deles realizam a faxina interna e diversos serviços de manutenção predial na própria unidade. Outros são responsáveis por serviços gerais em estabelecimentos das Polícias Civil e Militar. A maioria, no entanto, é contratada por fábricas de móveis, setor forte na região.
“No último ano, três dos detentos que cumpriam pena no presídio chegaram a ser eleitos como melhores funcionários de uma fábrica de móveis em uma cidade vizinha”, lembra o diretor Guilherme. “Um deles até conseguiu um cargo de chefia no setor em que trabalhava e, lá mesmo, arrumou uma namorada, com quem acabou se casando mais tarde”, completa.
Outra experiência
Os detentos do Presídio de Ubá já trabalharam em outra instituição de ensino do município, durante os anos de 2011 e 2012. Eles foram responsáveis pela construção da Escola Professor Antônio Andrade, localizada no bairro Inês Groppo. Após terem erguido o prédio, mais de 50 presos se matricularam nas aulas oferecidas pelo estabelecimento.
O preso recebe remição de pena pelo trabalho e pelo estudo. Segundo a Lei de Execução Penal, de 1984, a cada três dias de atividades laborais ou 12 horas em sala de aula, um é diminuído da sentença a ser cumprida por ele.
Fonte: Agência Minas
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