O governador Antonio Anastasia teve um encontro reservado, em Ipatinga, nesta quinta-feira (25), com os familiares dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Assis Carvalho, mortos no Vale do Aço, em 8 de março e 14 de abril, respectivamente, e representantes do Comitê Rodrigo Neto.
Após o encontro, o governador em entrevista, disse estar acompanhando os casos diariamente. Informou ter lido o dossiê encaminhado pelo Comitê Rodrigo Neto e estar a par dos problemas ocorridos no Vale do Aço há mais de 20 anos. De acordo com ele, “o problema é sério e tem que ser resolvido definitivamente”.
Antonio Anastasia reiterou que já determinou ao secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, ao chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, e ao comandante geral da Polícia Militar, Márcio Sant’ana, todo o empenho para a apuração dos dois casos de maneira a ir na mais profunda raiz do problema e punir os responsáveis.
Indagado sobre a possibilidade das apurações serem assumidas pela Polícia Federal, o governador disse que não vê problemas, caso seja realmente necessário, porque o objetivo final é elucidar os casos.
Fonte: Agência Minas
Histórico de Impunidade
Decorrente de mais de 20 anos de assassinatos, afrontas à lei, desafios à Justiça e impunidade, o medo que ronda a imprensa do Vale do Aço faz mais vítimas, além do repórter Rodrigo Neto, de 38 anos, executado em 8 de março, e de seu colega de trabalho, o fotógrafo Walgney Assis Carvalho, de 43, morto no domingo, 37 dias depois. Acredita-se que os casos estejam ligados e as suspeitas recaem sobre um esquadrão de extermínio formado por policiais militares e civis. Rodrigo vinha denunciando que pelo menos 20 integrantes das forças de segurança acusados de execuções continuavam impunes. Antes dos dois últimos assassinatos, havia cinco profissionais de jornais e rádios sediados em Ipatinga especializados na cobertura policial. Dos três sobreviventes, dois estão sob ameaça, enquanto o outro pediu demissão e fugiu da cidade sem deixar rastro. As informações são da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e do comitê de profissionais de imprensa que acompanha as investigações. Com os dois homicídios, o Brasil passou a ocupar o terceiro lugar em mortes de jornalistas, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, com quatro óbitos neste ano – metade em Ipatinga. Fica atrás apenas do Paquistão e da Síria, países em conflito armado que registraram cinco mortes.
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