
O grupo "totem" que o escritor cataguasense Joaquim Branco fazia parte na época, foi um dos principais expoentes desta nova arte e simbolo da resistência, mantendo contato com vários artistas do mundo.
No dia 25, além da exposição visual, acontecerá uma exibição de poesia discursiva, a ser apresentado oralmente, na seguinte ordem, por:
- Equipe do Proler, o "Açúcar", de Ferreira Gullar.
- Bebeto Bittencourt, "Não há vagas", de Ferreira Gullar.
- Carlos Sérgio Bittencourt e Anderson Soares, com fragmentos de "O cão sem plumas", de João Cabral de Melo Neto.
- Ex-alunos de Letras da FIC - Leonam Vilela, Larissa Melo, Paulo Victor, Bruna Ventura, Diana Gonzaga, Maria Júlia, com os poemas "Monumento dos Mortos", de Sebastião Carvalho, e "Poema para Medgar Evers", de Affonso Romano de Sant'Anna.
Sobre o evento, Joaquim branco nos enviou o seguinte texto:
"Às vezes acontecem reviravoltas na História dos países, para o bem ou para o mal.
Assim é que, em 1964, ocorreu no Brasil um movimento que destituiu o governo e instalou uma junta militar no Brasil. Isso ficou conhecido como o "Golpe de 64", e que perdurou até 1985.
Estabeleceu-se no país um sistema que cerceou os meios de comunicação, impôs a censura às artes, especialmente à música, ao teatro e à literatura.
Do outro lado, houve uma resistência por parte de muitos artistas. Por isso, organizamos uma exposição de poemas visuais e discursivos, que, de certo modo, registra a oposição e a luta que houve, inclusive porque a maioria dos jornais e a televisão não hesitaram em apoiar o "governo".
Uma das vertentes dessa oposição, na literatura, foi a iniciativa da criação de cartões postais e outros mecanismos com poemas elaborados pelos próprios poetas e que transitavam pelos Correios no Brasil e no exterior. Não tardou a vir de fora uma resposta positiva traduzida em publicações em revistas, livros e exposições em museus americanos e europeus.
A equipe «Totem» – como é conhecido o grupo de poetas de Cataguases – trabalhou intensamente nessas frentes, criando poemas e mantendo contatos com artistas do mundo inteiro.
A expô que vai se abrir ao público no dia 25 de abril, no Centro Cultural Humberto Mauro, apresenta um pouco dessa história e leva aos espectadores/leitores uma mostra de alguns trabalhos representativos daquele momento difícil para todos, tanto na forma de poemas visuais como de poemas dramatizados por atores.
Joaquim Branco - 50 anos do "Golpe de 64"
A exposição vai até o dia 25 de maio.
0 comments:
Postar um comentário