Criminosos construíram túnel de 7 metros para acessar dutos da Transpetro
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Foto: Reprodução Rede Globo. |
Uma sofisticada organização criminosa voltada para o furto de petróleo bruto dos oleodutos da Transpetro foi desmantelada na manhã desta quarta-feira (2) durante a Operação Infractio. A ação conjunta entre autoridades fluminenses e o Ministério Público do Rio de Janeiro resultou na prisão de um suspeito e na expedição de mandados contra outros dois integrantes da quadrilha.
Um dos suspeitos foi capturado em sua residência na região central de Além Paraíba, município da Zona da Mata mineira. O homem estava em um imóvel localizado na Rua Pagano quando foi surpreendido pelos agentes. Seu irmão permanece em situação de fuga, enquanto um terceiro integrante já se encontrava detido no sistema prisional.
A investigação teve início após a descoberta de uma tentativa de violação dos dutos petrolíferos na região de Rio das Flores, no interior fluminense, durante o mês de agosto de 2024. Os técnicos da estatal identificaram uma escavação subterrânea com aproximadamente sete metros de comprimento, especialmente projetada para permitir o acesso clandestino às tubulações.
O delegado Pedro Brasil, responsável pela investigação, alertou para os riscos ambientais da operação criminosa. Segundo ele, a proximidade com o Rio Paraíba do Sul poderia ter causado um desastre ecológico de grandes proporções caso houvesse vazamento do material. O petróleo bruto possui alto valor comercial e é procurado por diversos segmentos industriais, incluindo usinas de asfalto, fábricas de borracha e cerâmica.
A organização criminosa demonstrava elevado grau de planejamento e estruturação em suas atividades ilícitas. Os criminosos utilizavam automóveis alugados através de terceiros, movimentavam recursos financeiros por meio de contas bancárias em nomes de pessoas físicas não relacionadas diretamente ao grupo, e mantinham comunicações através de sistemas criptografados para dificultar o rastreamento policial.
O histórico de reincidência do grupo chamou a atenção das autoridades. Os irmãos já haviam sido investigados em cinco operações policiais anteriores, incluindo a denominada "Ouro Negro", realizada em fevereiro deste ano. Mesmo diante das medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário, os suspeitos mantiveram suas atividades criminosas.
As investigações revelaram que a atuação da organização não se limitava ao território fluminense. Os criminosos também praticavam furtos de petróleo em outros estados brasileiros, incluindo Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, demonstrando a amplitude interestadual de suas operações.
Durante o desenrolar das apurações, os investigadores identificaram outros participantes da rede criminosa, incluindo um conhecido contraventor ligado ao jogo do bicho. Este grupo secundário fornecia suporte logístico às operações, especialmente no financiamento das despesas e na ocultação da identidade dos verdadeiros mandantes.
A Transpetro, empresa responsável pelo transporte de petróleo e derivados no país, informou que adota medidas preventivas para coibir esse tipo de crime. A estatal utiliza tecnologia avançada através do Centro Nacional de Controle e Logística para detectar rapidamente derivações clandestinas em suas tubulações.
A empresa também desenvolve trabalho de conscientização junto às comunidades localizadas próximas aos dutos, incluindo a divulgação do número 168, canal direto de comunicação entre a população e a Transpetro. Além disso, mantém convênios com órgãos de segurança pública para fortalecer o combate a esse tipo de criminalidade.
As equipes policiais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão distribuídos entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados trabalharam em conjunto com promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público fluminense.
A operação representa mais um capítulo no enfrentamento ao crime organizado que atua no furto de combustíveis no país. A sofisticação dos métodos empregados pelos criminosos, aliada à persistência em suas atividades mesmo após múltiplas investigações, demonstra a necessidade de ações coordenadas entre diferentes órgãos para combater esse tipo de criminalidade.
Por Mídia Mineira.
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