Disputa por território do tráfico de drogas motivou confronto entre facções rivais durante festa popular na Zona da Mata mineira
O Ministério Público de Minas Gerais formalizou denúncia contra sete indivíduos pelo envolvimento no tiroteio ocorrido durante o carnaval em Rio Pomba, na Zona da Mata mineira. O fato, registrado em março deste ano, resultou na morte da jovem Luciane dos Santos Marques, que não tinha relação com os suspeitos, e deixou outras 15 pessoas feridas. A origem do confronto armado foi a disputa territorial pelo controle do tráfico de entorpecentes na cidade de Ubá, município localizado a aproximadamente 38 quilômetros de Rio Pomba.
Dos sete denunciados, seis encontram-se detidos no sistema prisional, enquanto um permanece foragido. Segundo a promotoria, dois dos acusados integram uma organização criminosa, enquanto os outros cinco pertencem a uma facção rival. "Conseguimos esclarecer que o tiroteio decorreu de rivalidade entre grupos criminosos. Eles se encontraram durante as festividades e, sem qualquer consideração pela vida alheia, trocaram tiros em meio à população", explicou o promotor de justiça Breno Costa da Silva Coelho.
Entre os detidos estão "J.F.A.F.", de 26 anos, e "J.P.B.C.O.C.", de 24, presos em flagrante no dia do incidente. O delegado Douglas Motta, responsável pela investigação, afirmou que "o laudo da perícia balística comprovou que diversos projéteis encontrados na cena do crime foram disparados pela arma de fogo apreendida com o suspeito de 26 anos". Outros quatro indivíduos foram capturados dois dias após o crime, durante operação policial em uma residência no Bairro Mangueira Rural, em Ubá, utilizada como ponto de venda e armazenamento de drogas.
A operação resultou na apreensão de entorpecentes, armamentos, materiais para preparação de lança-perfume, além de computadores e celulares contendo mensagens que comprovam o envolvimento dos suspeitos no tiroteio. "A apreensão dos dispositivos eletrônicos foi determinante para estabelecer com segurança a autoria dos crimes. Conseguimos, através do conteúdo das mensagens, compreender a dinâmica do ocorrido", explicou a promotora Shermila Peres Dhingra.
Os denunciados responderão por múltiplos delitos: associação para o tráfico de drogas, tráfico de entorpecentes, homicídio consumado triplamente qualificado, homicídio tentado triplamente qualificado, porte ilegal de armas de fogo de uso permitido e restrito, além de falsa identidade, no caso de um dos acusados. O conjunto das penas pode ultrapassar 100 anos de reclusão. Adicionalmente, o Ministério Público requereu o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 1 milhão por cada denunciado, a ser revertido em benefício das vítimas e familiares, e do Fundo Penitenciário do Estado de Minas Gerais.
O caso representa um dos episódios mais graves de violência registrados durante o período carnavalesco na região da Zona da Mata mineira, destacando os impactos da expansão territorial das organizações criminosas para cidades de médio e pequeno porte no interior do estado.
Por Mídia Mineira.
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