O vice-presidente da Câmara Municipal de Cataguases, Fernando Amaral, concedeu uma entrevista exclusiva na tarde desta sexta-feira (5), para o Site Mídia Mineira onde falou sobre sua decisão em se lançar pré-candidato a presidência da Câmara juntamente com os vereadores de oposição na eleição de renovação da Mesa Diretora para o biênio 2015/2016, onde declarou oficialmente sua desistência ao pleito, após reunião com seu partido, o PC do B que é o mesmo do prefeito Cesinha Samor.
Amaral disse que do lado da oposição, já estava tudo certo, ele teria oito votos com o dele, mas que o partido não aceitou e disseram que ele poderia candidatar a presidência mas com os vereadores da base do prefeito. "Cesinha pleiteou para eu ser o presidente lá, porém, eu já tinha formado com a oposição e não podia deixar a oposição para ser presidente da situação, isto pra mim, chama-se traição e eu não estou acostumado com isso".
Confira abaixo resumo da entrevista com Amaral.
MM - O Cesinha aceitaria que você fosse candidato dele?
Aceitaria. Ele me prometeu e colocou até em ata.
MM - E porque você não quis então?
Eu não quis porque eu já tinha acertado minha candidatura com os vereadores, meus colegas, e ficava em uma situação muito difícil, deixar o lado que tinha me apoiado e me valorizado para eu poder ser o candidato do prefeito, ai resolvi retirar minha candidatura e ficar neutro por enquanto.
MM - Você não irá ocupar cargo nenhum na chapa da situação?
Eu ainda não tive reunião com o prefeito, mas não pretendo ocupar nem de um lado e nem de outro, vou deixar para eles disputarem a eleição.
MM - Mas você não vai ficar em uma situação ruim com o pessoal que estava te apoiando?
Eles sabem que na verdade, aqui em Cataguases, o partido do PC do B, tem uma direção, é do prefeito Cesinha Samor e eu faço parte desse grupo [...] porque se eu não estiver do lado do prefeito, eu posso em 2016 não ter legenda no partido, então eu fico em uma situação difícil. Eu expliquei para todos os vereadores, Walmir Linhares, Vinícius, Serafim, Titoneli, Antônio Beleza, Michelângelo, Gilmar Canjica, que eu não poderia continuar, devido ao que poderia acontecer comigo, seria igual aconteceu com o Vicente do Benge.
MM - O pessoal do PC do B chegou a te falar que não te daria legenda?
Não, O PC do B não disse isso pra mim não, eles, juntamente com uma comissão de Belo Horizonte e o prefeito Cesinha Samor, disseram pra mim: "Já que você quer ser o candidato, quer ser o presidente da Câmara, que venha com nosso grupo, a gente retira a outra candidatura e coloca a sua". Então, eu fiquei em uma situação difícil, porque se eu tô formado com outros vereadores aqui na câmara, como eu iria mudar? Eu não aceito oposição, eu acho que a partir do momento em que você ganha para vereador, você tem de viver em prol de Cataguases, ajudar Cataguases, então esse negócio de ficar com picuinha, briguinha, não existe isso. Para o bem de Cataguases, para o bem de todos os vereadores, meus colegas, para não ter diferença com nenhum deles, eu preferi retirar minha candidatura e continuar amigo deles.
MM - O PC do B, não aceitou que você candidatasse junto com a oposição?
Não aceitaria, eu iria ficar em uma situação difícil, para o bem da minha pessoa, eu tenho que ver também, que amanhã o PC do B vira e diz que não me dá legenda para 2016, como é que eu faço?
MM - Essa decisão sua é oficial? você não vai ser mais candidato?
Não vou ser mais candidato a presidente. Uma oportunidade destas eu acho que nunca mais vou ter na minha vida. Quero agradecer a todos os vereadores que me deram oportunidade para eu pleitear o nome a presidente desta casa, mas, o que aconteceu comigo, eu tenho que pensar bem, porque depois não adianta ficar sofrendo. Eu queria fazer uma parceria, entre a oposição, mais os vereadores do PC do B. Eu propus para os vereadores da oposição, eles abriram mão de que fosse os três vereadores do PC do B, eu, Russo e Aritana mais Vinicius, Walmir e Michelângelo, esta seria uma chapa que estava programada e tinha outra que se caso o prefeito me liberasse, eu viria com todos os sete da oposição, comigo oito, eu estava com a eleição praticamente garantida, mas houve este problema e eu preferi retirar minha candidatura e continuar amigo deles e amigo do prefeito e de todo mundo, porque eu quero o bem de Cataguases.
MM - A chapa que vai candidatar do lado do prefeito é a que você vai votar então?
Eu ainda estou vendo, vou reunir com o prefeito, com todos os vereadores da base para ver o que o prefeito quer que eu faça, [...] ainda não tem decisão do meu voto, eu ainda vou ver como é que eu vou fazer. Eu vou conversar com o prefeito e com o presidente, vamos fazer mais uma reunião para ver como que vai ficar.
MM - Tem mais alguma coisa que você gostaria de falar?
Eu te agradeço, fico muito satisfeito em poder colocar minhas razões para o povo de Cataguases, porque, atualmente a gente está só perdendo, a gente tem de pensar no futuro de nossa cidade, porque se continuar da maneira em que nós estamos, não vamos arrumar nada, só Cataguases que vai perder. Precisamos trazer mais emprego pra cidade, pensar na nossa saúde, educação, desenvolvimento, plano diretor que está engavetado ai e eles não consertam isso. Se nós continuarmos da maneira que está nós vamos sofrer muito. O Governo agora é do lado do Cesinha e nós temos tudo pra trazer recursos para Cataguases, basta ele querer fazer e lutar. Eu sei que tem mais de 800 cidades, mas se ele bater em cima acredito que vai poder trazer muita coisa para Cataguases. Finalizou.
Debate esvaziado
Com a saída de Amaral da disputa, a eleição da Mesa Diretora da Câmara ganha novos ingredientes. Quando os pré-candidatos declarados eram Amaral apoiado pela oposição e Majella, apoiado pela situação, uma proposta do vereador Maurício Rufino, da base do Prefeito, criou o debate para os candidatos a presidência, que acontecerá no próximo dia 10, quarta-feira. Neste sentido, apresentaram-se Serafim e Titoneli como pré-candidatos, visando participar do debate juntamente com o vereador Majella, talvez, para ajudar Amaral. No entanto, conforme Regimento interno, os vereadores tem até o dia da eleição (16 de dezembro), para registrar candidatura e com o novo quadro que se apresenta, é provável que ninguém registre sua candidatura até o dia do debate, correndo o risco do mesmo acontecer apenas com a presença do vereador Majela.
Fiel da Balança
Agora que a oposição não tem mais Amaral do seu lado, o PHS ganhou força e tanto oposição quanto situação, lutam para ganhar o apoio dos vereadores Joãozinho de Vista Alegre e Aquiles Branco, que já declararam que votarão de acordo com a orientação do partido. Desta forma, a situação saiu na frente, pois já havia um acordo prévio para que Joãozinho de Vista Alegre seja o 1º vice de Majella.
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