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    quinta-feira, 7 de agosto de 2025

    Intervenção do Hospital de Cataguases assina contrato com empresa do Rio que não tem autorização para funcionar em Minas

    Administração municipal descobriu irregularidade apenas após formalização do acordo de R$ 818 mil mensais com empresa fluminense que terá 30 dias para regularizar a situação.


    A gestão da intervenção no Hospital de Cataguases se vê diante de mais uma controvérsia administrativa que coloca em xeque a capacidade técnica da atual direção. A interventora Grazielle Vecchi, designada pelo prefeito José Henriques para comandar a unidade hospitalar, formalizou acordo com a MAM Soluções e Saúde Ltda no valor expressivo de R$ 818.108,80 mensais, descobrindo posteriormente que a contratada não possui habilitação junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais. A informação foi confirmada por membros do conselho Municipal de Saúde.

    A empresa sediada em Paty do Alferes, no Estado do Rio de Janeiro, assumiu a responsabilidade pela provisão de serviços médicos no pronto-socorro, incluindo atendimentos de urgência, emergência, maternidade e procedimentos de cirurgia ortopédica. O contrato foi assinado em 29 de julho, mas a descoberta da irregularidade documental só veio à tona dias depois, evidenciando falhas no processo de verificação prévia.

    Rogério Norte, relator da comissão de fiscalização e finanças da intervenção, confirmou que a direção só tomou conhecimento da ausência de autorização do órgão regulador mineiro após a formalização do acordo. A situação gerou reação imediata do vereador Carlos Magno "Maguinho" (Republicanos), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, que aguarda o prazo estipulado pela intervenção, de 30 dias, para a regularização da documentação.

    A suposta economia anual de aproximadamente R$ 700 mil, anunciada pela cúpula da intervenção ao Conselho Municipal de Saúde, não consegue dissipar as suspeitas sobre a qualidade e experiência dos profissionais que serão designados para o atendimento da população cataguasense. Lideranças locais questionam se a redução de custos não comprometerá o padrão assistencial oferecido pela instituição.

    O episódio se soma a outras denúncias que rondam a administração do Hospital de Cataguases sob intervenção municipal. Circulam boatos sobre dificuldades no setor de hemodiálise, atrasos salariais dos funcionários e o fracasso na implementação do projeto de gestão compartilhada com o Hospital São Paulo, que não se concretizou conforme o planejado inicial.







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    Questionado sobre essas alegações, Norte revelou que a comissão de saúde já direcionou diversos questionamentos à interventora, sem obter respostas oficiais satisfatórias. A única manifestação registrada foi a negativa quanto aos supostos atrasos nos pagamentos dos colaboradores, informação que não foi corroborada com documentação comprobatória.

    A falta de transparência tem motivado discussões sobre o acionamento do Ministério Público para garantir maior clareza nos processos administrativos. Até mesmo o relatório da auditoria conduzida pelo DENASUS permanece em elaboração, meses após sua realização, alimentando especulações sobre possíveis irregularidades detectadas.

    O portal da transparência, prometido pelo secretário de Saúde Vinicius Franzoni (em um programa de rádio) para funcionar em no máximo dois meses após o início da intervenção, segue inativo após quase 16 meses de gestão municipal. A ausência dessa ferramenta de controle social dificulta o acompanhamento das ações e gastos da administração hospitalar.

    O Vereador Carlos Magno anunciou a intenção de propor a criação de uma câmara técnica que integre a comissão de Saúde da Câmara Municipal ao Conselho Municipal de Saúde, buscando agilizar as discussões sobre questões sanitárias locais. A iniciativa representa uma tentativa de ampliar a fiscalização sobre os rumos da intervenção.

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    Entre a população cataguasense, cresce a percepção de que os serviços hospitalares deterioraram significativamente desde o início da intervenção conduzida pela gestão de José Henriques. A combinação de problemas administrativos, questionamentos sobre a qualidade assistencial e falta de transparência alimenta o ceticismo sobre os resultados da medida.

    A situação do Hospital de Cataguases expõe as dificuldades enfrentadas pela administração municipal em modernizar e otimizar a gestão de uma das principais unidades de saúde da região. Os próximos passos da interventora serão decisivos para determinar se a atual gestão conseguirá superar os desafios acumulados ou se novas mudanças se farão necessárias.

    Por Mídia Mineira.

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