Voto de desempate do presidente selou destino da proposta que dividia opinião entre católicos e empresários
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Foto: Reprodução Câmara Municipal de Cataguases. |
A Câmara Municipal de Cataguases decidiu, na noite desta segunda-feira, 16 de junho, rejeitar por uma diferença mínima a criação de um novo feriado municipal. A proposta do vereador Junio Valentim, que estabeleceria o dia 7 de outubro como data comemorativa em honra a Nossa Senhora do Rosário da Virgem Maria, foi derrotada após acirrada disputa que terminou em 8 votos contrários contra 7 favoráveis.
A sessão foi marcada por intensos debates e estratégias políticas que refletiram a polarização da sociedade cataguasense em torno da questão. O Projeto de Lei 63/2025 havia gerado controvérsias desde sua apresentação, criando um cenário de embate entre diferentes setores da comunidade local.
Durante a tramitação, a proposta recebeu uma emenda do próprio autor determinando que o feriado começaria a valer apenas em 2026. Essa modificação deveria ter levado o projeto de volta às comissões para nova análise, conforme prevê o regimento interno da Casa Legislativa.
O vereador Willian da Asaf havia solicitado a realização de uma audiência pública para ampliar o debate com a população antes da decisão final. A medida visava ouvir diferentes vozes da sociedade sobre uma questão que havia se tornado motivo de divisão entre os cataguasenses.
De um lado, representantes da comunidade católica defendiam ardorosamente a aprovação da medida, argumentando sobre a importância religiosa e cultural da data. Do outro, empresários da cidade manifestavam preocupação com os impactos econômicos de mais um dia sem atividade comercial no calendário municipal.
Numa reviravolta que marcou a sessão, Junio Valentim solicitou que Willian da Asaf retirasse o pedido de audiência pública. O autor da proposta alegou que as discussões já haviam causado desgaste suficiente e que as posições estavam cristalizadas, tornando desnecessário prolongar o debate.
Após negociações e um longo período de discussão entre os parlamentares, Willian da Asaf aceitou retirar sua solicitação. Os demais vereadores concordaram em votar o projeto com a emenda na mesma noite, acelerando o processo decisório.
Iniciada a votação, foram favoráveis ao feriado os seguintes vereadores: Junio Valentim, Flavinho Motoboy, Ana Cristina, Marcos Costa, Maguinho Nobrega, Gilmar Canjica e Fernandinho de Sereno, mas se manifestaram contrários ao projeto os vereadores: Felipe Ramos, Henrique Thurram, Giovani Gropo, Giovana Costa, Josimar Branquinho, Ricardo Dias e Willian da Asaf. Como ficou empatado em 7 a 7, coube então ao presidente da Câmara, Vinícius Machado, exercer o voto de minerva para definir o destino da proposta.
A decisão de Machado surpreendeu muitos presentes, considerando sua conhecida proximidade com a Igreja Católica. No entanto, o presidente optou por votar contra o projeto, justificando sua escolha com base na sua consciência.
Em sua justificativa, Machado citou preocupações com a cidade como redução na arrecadação municipal e os impactos negativos que mais um feriado poderia causar ao setor empresarial local. Sua decisão foi pautada, segundo ele, pela consciência dos problemas práticos que a medida poderia gerar.
Com a rejeição definitiva, o projeto foi automaticamente arquivado e não poderá retornar à pauta durante o restante do ano legislativo de 2025. A regra regimental impede que propostas similares sejam apresentadas no mesmo período.
Por Mídia Mineira.
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