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    Sicred Natal Magalu
    quarta-feira, 3 de setembro de 2025

    Câmara de Cataguases aprova emenda que permite cessão de espaço público sem licitação

    Projeto foi aprovado por 12 votos mesmo com recomendação contrária do Ministério Público e críticas sobre possível clientelismo


    A Câmara Municipal de Cataguases ignorou recomendação do Ministério Público e aprovou, na sessão ordinária desta segunda-feira (01/09), a controversa Proposta de Emenda à Lei Orgânica Municipal nº 01/2025. A medida, que permite ao prefeito autorizar o uso comercial de bens públicos de forma precária sem processo licitatório, recebeu 12 votos favoráveis contra apenas dois contrários: os vereadores Maguinho Nóbrega e Giovana Costa. O vereador Ricardo Dias justificou ausência.

    A aprovação ocorreu mesmo após a Promotoria de Justiça local ter enviado recomendação formal aos parlamentares alertando sobre possíveis inconsistências jurídicas da proposta. O documento destacava preocupações técnicas relacionadas a aspectos constitucionais da medida, que autoriza concessões precárias de espaços públicos para comerciantes ambulantes.

    O projeto, de autoria do vereador Marcos Costa (PSD) e assinado por outros 12 vereadores, estabelece que o chefe do Executivo poderá conceder espaços públicos para trailers, bancas, carrinhos de alimentos e veículos adaptados para comércio sem necessidade de licitação. A medida tem como justificativa a regularização da situação de dezenas de trabalhadores informais que atuam irregularmente na cidade há décadas.


    Contudo, especialistas em direito administrativo identificam na proposta abertura perigosa para práticas clientelistas. A redação aprovada permite que futuras gestões utilizem as autorizações como instrumento de barganha política, comprometendo a impessoalidade que deve nortear a administração pública. A falta de critérios objetivos para as concessões representa outro ponto de fragilidade jurídica do texto.

    A situação torna-se ainda mais preocupante quando analisada sob a ótica da segurança jurídica dos beneficiários. O caráter precário das concessões deixa os comerciantes ambulantes completamente vulneráveis, já que o Executivo pode cancelar as autorizações a qualquer momento, sem direito a indenização ou recurso administrativo.

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    Durante o processo de tramitação, dois vereadores que inicialmente apoiavam a proposta mudaram de posicionamento. Maguinho Nóbrega retirou sua assinatura após reavaliar o texto, declarando que a emenda "afronta a legislação vigente sobre licitações e abre brechas preocupantes". Giovana Costa seguiu o mesmo caminho, citando "receio de que o texto aprovado possa conter vícios de inconstitucionalidade".

    A reversão de posicionamento dos dois parlamentares evidencia o caráter questionável da medida aprovada. Ambos reconheceram publicamente que as informações técnicas apresentadas durante o debate revelaram inconsistências jurídicas significativas no projeto original.

    Observadores do cenário político municipal interpretam a aprovação como uma jogada eleitoreira dos demais vereadores. Ao votarem favoravelmente, os parlamentares buscaram agradar as famílias dos ambulantes sem considerar as consequências jurídicas e administrativas da decisão. A estratégia privilegia o apelo popular em detrimento da responsabilidade legislativa.

    A questão dos vendedores ambulantes em Cataguases demanda solução urgente e definitiva. Porém, a alternativa aprovada pelos vereadores oferece apenas uma regulamentação precária que mantém os trabalhadores em situação de insegurança jurídica permanente. Uma licitação específica seria o caminho adequado para resolver a questão de forma transparente e legal.

    A constitucionalidade da emenda aprovada permanece duvidosa. Juristas consultados apontam que a Constituição Federal exige, como regra geral, processo licitatório para cessão de bens públicos. As exceções previstas em lei são taxativas e específicas, não comportando interpretações extensivas como a proposta pelo projeto cataguasense.

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    O prefeito José Henriques ainda não se manifestou sobre sua intenção de sancionar ou vetar a medida. Caso opte pela sanção, a lei enfrentará questionamentos judiciais praticamente certos. O Ministério Público já sinalizou que acompanhará de perto a implementação da norma.

    Especialistas em direito administrativo preveem que a aprovação da emenda resultará em judicialização da questão. A Promotoria de Justiça possui instrumentos legais para questionar a constitucionalidade da lei nos tribunais, podendo suspender seus efeitos através de ação civil pública.

    A polêmica em Cataguases ilustra um problema recorrente no legislativo brasileiro: a aprovação de medidas populistas que ignoram aspectos técnicos e jurídicos fundamentais. Os vereadores priorizaram a imagem política imediata em detrimento da segurança jurídica e da boa governança.

    O episódio também revela a fragilidade do controle interno exercido pela Câmara Municipal. A persistência dos parlamentares em aprovar projeto questionado pelo Ministério Público demonstra descaso com a responsabilidade legislativa e com os princípios constitucionais que regem a administração pública.

    Com a aprovação da emenda, Cataguases caminha para um embate judicial que poderia ter sido evitado. Os comerciantes ambulantes, que aguardavam solução definitiva para suas situações, continuarão na incerteza se a lei irá valer ou não. A responsabilidade pelo prolongamento do problema recai sobre os 12 vereadores que optaram pelo caminho juridicamente questionável.

    Por Mídia Mineira.

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    Médicos de Cataguases chegam a acordo com empresa gestora do Pronto Socorro

    Impasse que durou mais de uma semana foi resolvido nesta quarta-feira após empresa manter valor dos plantões


    A crise no atendimento médico do Hospital de Cataguases foi resolvida nesta quarta-feira após mais de uma semana de tensões que resultaram em paralisação na madrugada de segunda-feira e posterior reorganização dos serviços seguindo o protocolo de Manchester. O acordo salarial de R$ 1.350,00 para Contratos Pessoa Jurídica e R$ 1.150,00 para contratos como Sociedade em Conta de Participação (SCP) por plantão na clínica médica foi aceito pela empresa MAM Soluções e Saúde Ltda após mobilização de diversos setores, incluindo sociedade civil, Defensoria Pública, Comissão de Saúde da Câmara e Conselho Municipal de Saúde, mesmo após uma tentativa de colocar "panos quentes" para esconder os fatos.

    O conflito teve início devido ao atraso no pagamento de plantões médicos, que somam aproximadamente R$ 2,4 milhões em débitos e a proposta de pagamento por plantão da Clínica médica no valor de R$ 1.000,00 após 40 dias úteis do plantão. Durante a madrugada de segunda-feira, primeiro de setembro, os profissionais iniciaram uma paralisação que posteriormente foi controlada mediante acordo para seguir rigorosamente o protocolo de Manchester.

    A estratégia adotada priorizou casos de maior urgência, estabelecendo prazo de até quatro horas para atendimento de situações menos críticas, garantindo assistência a todos os pacientes que necessitaram do Pronto Socorro. O procedimento foi mantido até a definição final do impasse salarial.


    Uma reunião decisiva aconteceu na tarde de segunda-feira com a presença do responsável pela empresa MAM, Paulo Roberto Cerf Caneca, além do promotor de justiça Rodrigo Barros, da defensora pública Eliana Spíndola, e autoridades municipais. O prefeito José Henriques, o procurador geral Alcino Rodrigues Carvalho, o secretário de saúde Vinícius Franzone e a interventora Graziele Vecchi também participaram das negociações.

    O advogado dos médicos, Rafael Vilela, destacou que em nenhum momento o hospital ficou desassistido, mesmo durante a paralisação. Os profissionais permaneceram atendendo emergências mesmo sem contrato formalizado com a empresa responsável pela gestão da unidade hospitalar.

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    Além do acordo salarial, a empresa MAM se comprometeu a efetuar o pagamento dos dias trabalhados sem contrato vigente e até o 5º dia útil. A questão dos plantões em atraso, avaliados em R$ 2,4 milhões, ficou sob responsabilidade da intervenção municipal, que prometeu iniciar os pagamentos ainda nesta semana. Um cronograma será disponibilizado.

    A participação do Conselho de Saúde e da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases nas discussões demonstrou a mobilização de diferentes setores para resolver a situação. O desfecho das negociações encerrou um período de incerteza para pacientes e profissionais da saúde na região.

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    O Hospital de Cataguases atende diversos pacientes por mês no Pronto Socorro, funcionando como referência para Cataguases e toda microrregião. A unidade integra a Rede de Urgência e Emergência do Estado de Minas Gerais.

    Com a assinatura dos novos contratos prevista para os próximos dias, a normalidade dos serviços deve ser restabelecida completamente. A resolução do conflito evitou outros prejuízos ao atendimento de saúde pública em Cataguases e região.

    Por Mídia Mineira.

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    terça-feira, 2 de setembro de 2025

    Foragida há Sete Anos é Capturada em Agência do INSS de Petrópolis por Crime em Cataguases

    Mandado de prisão expedido pela Justiça de Cataguases/MG foi cumprido nesta segunda-feira após trabalho de inteligência policial


    Uma mulher que estava foragida há mais de sete anos foi presa na segunda-feira (01) por policiais civis da 106ª Delegacia de Polícia, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. A captura ocorreu no interior de uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), localizada no centro da cid
    ade.

    O mandado de prisão preventiva havia sido expedido pela Vara Criminal da Comarca de Cataguases, em Minas Gerais, pelo crime de furto qualificado. A investigada vinha sendo procurada pelas autoridades desde 2018, quando se tornou foragida da Justiça.


    A localização da suspeita foi possível através do trabalho desenvolvido pelo setor de inteligência da Polícia Civil, que realizou análises de informações que permitiram identificar a presença da procurada na agência previdenciária. O trabalho investigativo durou anos até que fosse possível determinar o paradeiro exato da foragida.

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    De acordo com informações da corporação, a operação representa o resultado da integração entre os trabalhos de investigação e inteligência policial. A prisão encerra um período superior a sete anos durante o qual a mulher permaneceu em situação de fuga das autoridades judiciais.

    O caso teve origem em Cataguases, onde ocorreu o crime que motivou a expedição do mandado judicial. A modalidade de furto qualificado envolve circunstâncias que agravam a conduta criminosa, diferenciando-se do furto simples por características específicas previstas no Código Penal.

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    Com a prisão efetuada, a mulher deverá ser apresentada ao sistema judicial para os procedimentos legais cabíveis. O caso retorna ao âmbito da Justiça de Cataguases, responsável pela expedição do mandado e pelo acompanhamento do processo criminal.

    Por Mídia Mineira.

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    segunda-feira, 1 de setembro de 2025

    Médicos paralisam atendimento no Pronto Socorro do Hospital de Cataguases por falta de pagamento e divergências contratuais

    Profissionais de clínica médica iniciam paralização após notificação extrajudicial não surtir efeito


    O Pronto Socorro do Hospital de Cataguases (HC) iniciou setembro com paralisação dos médicos plantonistas de clínica médica após fracassarem as negociações com a MAM Soluções e Saúde Ltda, empresa responsável pela gestão dos serviços de emergência da unidade hospitalar sob intervenção municipal. Além disso, segundo informou o Conselho Municipal de Saúde, o Hospital de Cataguases deve hoje aos médicos, R$ 3,9 milhões, sendo 2,4 milhões apenas nos últimos meses da intervenção.

    A paralisação afeta exclusivamente os médicos da clínica médica. Casos de emergência continuarão sendo atendidos na sala vermelha do Pronto Socorro.

    A mobilização dos profissionais havia sido anunciada previamente através de notificação extrajudicial protocolada em 26 de agosto pelo advogado Rafael Vilela, que representa a categoria. O documento alertava para a possibilidade de paralisação caso as questões pendentes não fossem resolvidas pela administração.
    A notificação foi direcionada à Prefeitura Municipal, atual interventora da instituição de saúde, além do Ministério Público de Minas Gerais, Conselho Municipal de Saúde, Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases e gabinete do prefeito José Henriques.

    Segundo informações do representante legal dos médicos, a empresa gestora promoveu alterações parciais nos contratos após receber a comunicação oficial. Entretanto, os ajustes contemplaram exclusivamente as especialidades médicas, deixando de fora os profissionais da clínica médica.


    A diferenciação no tratamento entre as áreas ficou explícita quando a MAM criou um grupo de WhatsApp na última sexta-feira, dia 29 de agosto, oferecendo plantões de clínica médica pelo valor de mil reais. Esta quantia representa redução de 23,7% em relação ao montante inicialmente proposto e mantém o prazo de pagamento em até 40 dias úteis.

    Em contraste, os médicos especialistas terão seus honorários quitados no quinto dia útil, evidenciando disparidade no tratamento entre as diferentes categorias profissionais. O advogado dos plantonistas interpreta esta conduta como possível retaliação pela notificação extrajudicial enviada anteriormente.

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    A análise dos valores contratuais revela discrepâncias substanciais entre o acordado e o oferecido aos profissionais. Para plantões de clínica médica, o contrato estabelece R$ 1.730,40, enquanto a empresa oferece apenas mil reais. Os plantões de especialidades e obstetrícia têm valor contratual de R$ 1.929,60, mas a oferta atual é de R$ 1.400,00.

    A equipe de intervenção optou por questionar a validade da notificação extrajudicial em lugar de abordar diretamente as questões relacionadas à assistência médica. Esta postura repercute não somente na instituição hospitalar, mas também em diversas cidades da região que dependem dos serviços oferecidos pelo HC.

    A situação ganha complexidade adicional com informações obtidas junto a fonte próxima ao proprietário da Daher e Mansur Ltda, empresa que anteriormente gerenciava o pronto socorro. Segundo o relato, esta companhia não foi contatada para renegociação contratual, diferentemente da atual gestora.

    A empresa anterior possuía autorização do Conselho Regional de Medicina para atuar em Minas Gerais e efetuava pagamentos dos plantões nas datas acordadas, independentemente do repasse hospitalar. Conforme uma fonte do Site Mídia Mineira, A equipe do Hospital não procurou a empresa anterior para tentar negociar o contrato, caso fosse procurada, poderia sustentar os mesmos valores aos da nova empresa.

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    Uma reunião para buscar solução ao impasse foi agendada para esta segunda-feira, 2 de setembro, às 15 horas. O Conselho Municipal de Saúde realizará sessão extraordinária na noite de terça-feira, quando os conselheiros poderão recomendar a rescisão do contrato atual.

    A administração da intervenção demonstra tendência em manter o vínculo com a empresa atual, enquanto o prazo de 30 dias para regularização da MAM junto ao CRM/MG se encerra nesta segunda-feira, 1º de setembro.

    O impasse afeta diretamente a população que depende dos serviços de emergência médica na região, criando incertezas sobre a continuidade do atendimento em uma das principais unidades hospitalares da área de abrangência do HC.

    Por Mídia Mineira.

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